Se alguém chutou o pau da barraca na sessão de hoje foi a senadora Gleisi Hoffmann, que fez o discurso mais duro da tarde até agora. Gleisi fez o que muita gente temia que Dilma Rousseff fizesse, mencionando os nomes de diversos ex-ministros e as obras e investimentos feitos em seus estados. Segundo ela, os senadores, que agora votam pelo impeachment, brigaram por esses investimentos e viviam pedindo por eles.
Gleisi citou os aeroportos, entre eles o JK, no Distrito Federal de Cristovam Buarque, e São Gonçalo do Amarante (RN) na terra de Garibaldi Alves, ex-ministro da Previdência. Mencionou obras de revitalização do S. Francisco em Pernambuco, estado de Fernando Bezerra, o Rodoanel de São Paulo, citando Marta Suplicy, a obras do PAC no Amazonas do também ex-ministro Eduardo Braga – todos hoje a favor do impeachment.
A senadora subiu o tom também com críticas ao comportamento do TCU, o qual acusou de conluio, junto com o Congresso. Disse ainda que o processo contra Dilma é marcado “pela farsa, pelo golpe, pela traição e pela ingratidão”.
Com suas palavras, a ex-ministra da Casa Civil de Dilma deu à presidente afastada a oportunidade para falar dos programas e investimentos de seu governo, afirmando que o que mais a orgulho é o fim da miséria.
O tom dos pronunciamentos da tarde começa a subir. Seguindo-se a Gleisi, o senador José Aníbal, amigo de juventude de Dilma, fez um duro discurso dizendo que votará contra ela. Foi também duramente retrucado por Dilma, que traiu certa emoção e se disse “estarrecida” com um julgador que antecipa sua posição antes de ouvir a testemunha.
O acirramento dos ânimos já levou o presidente Ricardo Lewandowski a pedir a Dilma para restringir suas respostas a seu governo , não falando no do interino Temer, o que ela fez nas ultimas intervenções.