Não foi nada emocionante o primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo ontem à noite, na Band. Chegou a ser enfadonho. Mas se uma coisa ficou clara é que o pelotão formado por Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) e João Doria Jr (PSDB) não tem lá muita esperança de desbancar Celso Russomano (PRB) do primeiro lugar nas pesquisas e luta pela segunda vaga do segundo turno.
A campanha é curta, começou perdendo Ibope para as Olimpíadas e será atravessada por um processo de impeachment. O período da propaganda na TV, que começa sexta-feira, é menor e os tempos são mais ou menos semelhantes – até porque o que vale mesmo são as inserções durante a programação. Só contrário do que ocorreu outras vezes, vai ficar difícil desidratar um Russomano que recebeu atestado de bons antecedentes há poucos dias do STF – que o absolveu num processo por uso de funcionária pública em seu escritório particular.
É por isso que Marta, Doria e Haddad não pareceram muito interessados embater em Russomano, preferindo brigar entre si. O PT de Haddad acabou sendo o principal alvo, mostrando que, ao menos em SP, haverá certa nacionalização da campanha municipal. Mas Marta escolheu Doria para responder sua primeira pergunta, sobre as secretarias “penduricalhos” que ele quer extinguir, mostrando que ele é seu alvo preferencial.
Mas ninguém se deu totalmente bem nem totalmente mal nesse primeiro debate, a não ser por Luiza Erundina (PSOL), que ficou de fora por exigência da lei eleitoral é má vontade dos adversários. Mas ela está em terceiro lugar nas pesquisas e fez barulho, numa estratégia de vitimização – totalmente justificada – que poderá mantê-la no páreo.