Rodrigo Maia nega pedido de antecipar cassação de Cunha

Presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. Foto Orlando Brito

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve decidir hoje oficialmente pela não aceitação do requerimento, apresentado pelo líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), para antecipar a votação da cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcada para o dia 12 de setembro.

Rodrigo Maia já antecipou ao próprio Molon seu argumento contrário ao requerimento:

“Se eu atender ao seu pedido, também serei obrigado a atender a um pedido dos aliados de Eduardo Cunha para retardar a votação. Sinceramente, creio que eles têm mais votos para retardar do que vocês para antecipar.”

É possível.

Mas o problema desse raciocínio de Rodrigo é que ele também jura de pés juntos que, no dia 12, terá quórum para votar a cassação. Mas, se os aliados de Cunha teriam votos para aprovar um requerimento de adiamento, também estarão bem próximos de esvaziar a sessão o suficiente para evitar que a cassação seja aprovada.

Enquanto a cassação não ocorre, Rodrigo Maia está passando pelo constrangimento de ver parlamentares subirem à tribuna para cobrar na sua presença que ele coloque em votação a cassação de Cunha.

“Temos quorum hoje (segunda-feira, 22) na Casa e teremos amanhã. Por que o senhor não coloca a cassação de Eduardo Cunha em votação já nesta terça-feira? Não há explicação, presidente Rodrigo Maia”, cobrou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que subiu à tribuna por duas vezes para falar sobre o assunto em nome da liderança do partido.

“Presidente Rodrigo Maia, preste atenção: ao negar antecipar a votação para um dia de quorum elevado, como os dessa semana, o senhor será a partir de agora o grande responsável por uma eventual absolvição de Eduardo Cunha”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Em síntese: enquanto não sair a cassação, começou a temporada de constrangimento do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

 

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