A votação de ontem do Senado, indicando que até o final do mês a presidente Dilma Rousseff será definitivamente afastada, jogou ontem o dólar em seu mais baixo patamar desde julho do ano passado: R$3,14. Governo e mercado estimam que o “efeito impeachment” poderá levar a moeda americana a uma desvalorização maior ainda, quem sabe chegando ao fim do ano num valor entre R$ 2,90 e R$ 3.
O raciocínio deles é de que, com o encerramento do processo de impeachment, acabam as incertezas políticas, o governo recupera a credibilidade e os investimentos voltam ao país. Com eles, mais dólares. Para alguns, isso pode ser até bom. Mas a perspectiva vem deixando o empresariado de cabelo em pé, sobretudo o setor exportador. Afinal, a valorização do real frente ao dólar foi a única luz que se acendeu para quem exporta no país na longa noite da recessão.
Vai aumentar muito a pressão sobre Michel Temer para determinar a Henrique Meirelles e a Ilan Goldfajn que façam alguma intervenção no câmbio. Essa é a próxima grande briga da Esplanada.