O dilema de Dilma: renunciar ou se arriscar a perder as mordomias

Dilma Rousseff. Foto Orlando Brito

Fatura liquidada. Como era previsível, o placar sobre a cassação de Dilma Rousseff virou goleada. Mesmo com Renan Calheiros não votando, aumentou o número de senadores contra a presidente afastada, pulou de 55 para 59. Ela ainda perdeu um voto entre seus apoiadores, passou de 22 para 21.

Esses números antecipam o julgamento final. Se Dilma não renunciar antes, daqui a vinte dias o Senado vai cassar seu mandato. Quem diz conhecer um pouco Dilma diz que ela não vai renunciar, não é o perfil dela. É um filme que a gente já viu várias vezes: o ex-presidente Fernando Collor, o poderoso Antônio Carlos Magalhães e, recentemente, Eduardo Cunha sempre negaram essa hipótese com veemência, mas ao final renunciaram.

Qual o horizonte de Dilma? Há entre seus conselheiros quem diga que a renúncia não interrompe o processo no Senado. Baseiam-se no precedente de Collor, que renunciou em cima da hora e foi cassado pelo Senado. No mundo político, a avaliação é de que a situação agora é diferente: Michel Temer, Ricardo Lewandowski e Renan Calheiros bancariam uma saída negociada.

Em caso de renúncia, Dilma certamente manteria alguns privilégios, como seguranças e assessores, e se ela for cassada? Há dúvidas. Uma decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região que, anos depois, beneficiou Collor, se aplicaria ou não a Dilma. Com certeza, a Justiça seria acionada.

 

Deixe seu comentário