As vaias no Maracanã já estão precificadas, e, de tão esperadas e faladas, dificilmente produzirão danos maiores à imagem do presidente ainda interino Michel Temer. Seu primeiro teste olímpico será, na verdade, a recepção aos 45 chefes de Estado e de Governo esperados na cerimônia de hoje. Além de causar boa impressão, o governo tem que garantir sua segurança e bem-estar.
Na Londres olímpica de 2012, todos os chefes de Estado presentes – e lá eram mais de cem – foram recepcionados com coquetel no Palácio de Buckingham, onde cumprimentaram a Rainha Elizabeth. Depois, receberam caixinhas de papelão contendo um lanche frugal (sanduíche, maçã e suco), entraram em ônibus e foram levados ao estádio olímpico em segurança – embora não sem atrasos, já que até a faixa especial de trânsito engarrafou.
Apesar do tratamento pouco usual, a notícia que se tem é que saíram todos encantados com a simpatia de Elizabeth, uma velhinha fofa que ainda concordou em encenar um espetáculo superinteressante para o público no estádio olímpico.
Lá pelas tantas, passa um helicóptero e, dele, descem por uma corda um dos mais queridos personagens do cinema britânico, James Bond, o 007, trazendo ao centro do gramado a Rainha. Obviamente, uma atriz. Nesse momento, iluminam-se as arquibancadas e a fofa Elizabeth acena para o público, sendo ovacionada pelo estádio em peso.
Uma popularidade de dar inveja, dificilmente superável em qualquer outro lugar por qualquer outro anfitrião. Mas o governante brasileiro já poderá se dar por satisfeito se, apesar da vaia, tudo correr bem, o espetáculo for bonito e emocionante e se não houver nenhum incidente envolvendo a segurança dos chefes de Estado.
Em um quesito seremos capazes de superar os britânicos: nosso lanche certamente será melhor.