Amazônia entrou definitivamente na agenda e no debate mundial. Citada como tema de campanha na sucessão dos Estados Unidos pelo candidato democrata Joe Biden, o assunto provocou uma reação do ex-ministro Aldo Rebelo, que foi o relator do código Florestal, documento básico para a preservação ambiental em todo o país e, especificamente, no caso, na Amazônia. O código prevê uma reserva obrigatória de 80% da área de propriedades rurais privadas nessa região.
Segundo Rebelo, o país deve fincar pé em quatro pontos no debate internacional sobre essa região: 1) a soberania da Amazônia não está em debate. Não contem com o Brasil para isto; 2) afirmar o direito da população amazônica às mesmas condições de crescimento das demais regiões do País; 3) – Compromisso com a defesa intransigente das populações indígenas nos espaços de soberania brasileira As populações de tronco indígena foram as mais abandonadas na história da formação do Brasil, diante dos outros componentes, os europeus e africanos; 4) – Proteger o meio ambiente, proteger as florestas, proteger o patrimônio ambiental na Amazônia, que, na área de responsabilidade brasileira, é a maior e mais protegida do mundo. Os números exaltam esse compromisso do Brasil com o meio ambiente”.
Diz Rebelo que “temos de explicar a Amazônia ao mundo, recolhendo os relatos de grandes cientistas, exploradores e escritores do passado, desde o padre João Daniel até Euclides da Cunha. Revelar o patrimônio cientifico de entidades centenárias, como o Museu Goeldi, de Belém, o Instituto de Pesquisa das Amazônia, de Manaus, o Instituto Mamirauá, e outros. A mídia do Sul e do Sudeste precisa conhecer a região. Cada vez que vão escrever sobre a Amazônia vão consultar ONGs que têm sede no Hemisfério Norte. Amazônia não é apenas a presença material de quase 2/3 do nosso território. Amazônia tem um sentido espiritual para o Brasil. A nossa ideia de grandeza, o nosso sentido de país gigante não existiria se não fosse a Amazônia”.
“Dom Pedro II dizia numa carta à Condessa de Barral, continua o ex-ministro, que era contrário à abertura dos rios amazônicos para a navegação internacional, para não correr o perigo de se repetir aqui o que aconteceu (naquela época) na CHINA (consequência da Guerra do Ópio) com a internacionalização do rio Amarelo. Dom Pedro II temia que o BRASIL, na Amazônia se repetisse o que houve na china, onde a pressão internacional acabou por levar o País à condição de colônia das potencias europeias e Japão.