O discurso de posse de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na madrugada da quinta-feira, dia 14, logo após sua vitória na eleição como presidente da Câmara, foi claramente de improviso. Mas foi uma peça brilhante.
Em menos de dez minutos de fala, entrecortada por momentos de quase-choro, Rodrigo Maia surpreendeu a platéia com uma narrativa absolutamente humilde e madura. Contrariando as expectativas de boa parte de seus críticos, que o apontavam como arrogante e imaturo.
Foi basicamente um discurso de agradecimento aos aliados, mas, sobretudo, de chamamento aos adversários para a pacificação de ânimos.
Não poupou nem mesmo o tão criticado vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que ficou com os olhos marejados quando o novo presidente levantou seu braço e o abraçou.
Terminado o discurso, os derrotados e os adversários sentiram que havia um caminho para o entendimento. Não se sentiram encurralados.
Diferentemente de Rodrigo Maia, a presidente da República afastada, Dilma Rousseff, foi dura com os adversários logo após proclamada sua vitória nas eleições de 2014.
Tratou com desdém o candidato Aécio Neves (PSDB) quando este telefonou para parabenizá-la. Não citou seu nome no discurso da vitória. Não citou ninguém do “outro lado” e nem mesmo abriu mais espaço para aqueles que se mantiveram ao seu lado.
Pelo contrário, Dilma saiu mais arrogante de uma eleição que havia sido disputadíssima. E não apontou saídas de diálogo imediatas para a oposição. Não chamou ninguém para conversar.
Resultado: no dia seguinte às eleições o PSDB e o DEM já falavam em impugnar a candidatura vitoriosa. Daí para o discurso de impeachment foi um passo. E todos sabemos como a história está terminando…
Bem, vale a pena assistir ao vídeo exclusivo de Os Divergentes. São apenas cerca de 10 minutos cara a cara com a comemoração e o discurso de Rodrigo Maia.