Marcos Rogério, o relator do processo contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ler hoje seu parecer no Conselho de Ética.
Trata-se do processo mais longo de toda história do Conselho, depois de incontáveis manobras protelatórias do acusado. Mas o relator conseguiu esconder seu voto até hoje, coisa rara no Parlamento. Todos sempre soubemos, por exemplo, como votariam os relatores do impeachment de Dilma na Câmara e no Senado.
Há duas questões centrais a serem decididas agora. Uma: como o Conselho (e o relator) caracterizarão o tal trust de Cunha no exterior. É conta ou não é conta? Isso é decisivo para saber se ele mentiu aos parlamentares ao dizer que não tinha contas no exterior.
A outra questão é sobre a estratégia dos aliados de Cunha. Eles vão tentar a absolvição pura e simples? Ou vão partir para um golpe regimental, aprovando a suspensão do mandato e impedindo que o plenário da Câmara vote a opção pela cassação?
Vale a pena ver de novo o que disseram a Os Divergentes 1) o relator e o presidente do Conselho, sobre trust; 2) a explicação do deputado Carlos Marun sobre a estratégia da punição mais branda.