Essa entidade chamada mercado já deve estar apreensiva.
O presidente em exercício, Michel Temer, decidiu adiar o envio ao Congresso do projeto de reforma da Previdência, por falta de acordo com os sindicalistas. A ideia era mandar neste mês de junho. Se tudo correr bem, o projeto será enviado no mês que vem. Depois começa a fase de negociação com o Congresso…
O governo também decidiu abrir os cofres para subsidiar reformas de moradias e para destravar obras do PAC. Um gesto de simpatia com empresários, o povão e os políticos para ajudar a enfrentar os tempos difíceis que vêm por aí.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, encontrou dificuldades no Planalto para estabelecer o prazo de vigência do teto de gastos da União no Orçamento. Meirelles queria dez anos, mas pode ter que se contentar com menos, porque o ministro de Governo, Geddel Vieira Lima, avalia que quanto maior o prazo mais dificuldades terá no Congresso.
O Congresso, o Congresso…
Foi esta mesma a dificuldade encontrada pela presidente afastada, Dilma Rousseff. Quanto mais resistências encontrava no Congresso, mais tinha que ceder, pior ficavam as contas públicas e mais mal humorado deixava o mercado.
Temer depende do Congresso não só para aprovar projetos de interesse do governo. Depende, principalmente, para confirmar, nos próximos meses, sua permanência no cargo com a aprovação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff.
Até lá, o jeito é ceder e pedir paciência ao mercado.