Os dois candidatos à presidência da República chegam ao final da corrida devendo algumas propostas ao povo brasileiro. Das que apresentaram, muitas são repetitivas. Vários temas que estavam na pauta, se concretizados, poderiam ser um passo positivo para melhorar a administração pública federal. Um deles, a extinção de alguns ministérios, poderia tornar a gestão mais barata e eficiente. Até por terem funções semelhantes com sobrecarga na maquina administrativa e pouco proveito para as ações de governo.
Neste final de campanha, os dois candidatos, na busca de votos, começam a acenar em sentido contrário, na manutenção de ministérios inúteis. A ideia agora, tanto de um como do outro é criar novos ministérios, na suposição de que poderão prestar mais serviços à máquina administrativa do país. Enfim, o que antes aparentemente poderia ser uma medida positiva, deixou de ser, e a máquina administrativa certamente voltará a crescer.
Não serão medidas positivas, e servirão também para aumentar o número de funcionários – efetivos, comissionados e terceirizados. O simples anúncio da mudança já pode promover votos para cada um dos lados em disputa. Assim, um sério problema administrativo voltará a acontecer, com a elevação do custo financeiro do Estado. As modificações sugeridas não representarão novidade para a administração federal. O mesmo enredo de sempre.
Os dois candidatos repetem as mesmas ladainhas, sem inovar com alguma proposta útil. É o caso da violência e da criminalidade em permanente crescimento. A única exceção que o futuro presidente deveria abrir é anunciar desde já a criação do Ministério da Segurança Pública, para atuar em escala nacional contra a violência. Combater com rigor os crimes, assassinatos, roubos, assaltos país afora.
Não há controle dos acontecimentos na área do crime. Não são investigados e muito menos punidos. São bandidos, matadores de mulheres, canalhas da pior espécie, cujo nível de atuação se amplia rapidamente. No Brasil o índice de criminalidade é tanto que até policiais matam, com gás venenoso e vítima trancada no interior de um veículo. O Ministério da Segurança Pública poderia ser como uma espécie de Polícia Federal a nível nacional. Trata-se da corporação mais competente e respeitada do País.
Trata-se de governos que nunca cogitaram de um combate à corrupção e ao crime em escala nacional, com modernos instrumentos e recursos humanos altamente qualificados. Para repetir velhos ministérios não há problema, mas para criar novos, mesmo sendo um setor carente como a segurança, falta competência e mínimo de criatividade. Enquanto isso o crime vai matando milhares de brasileiros e brasileiras.
– José Fonseca Filho é jornalista