Alguns historiadores dizem que Pero Vaz de Caminha comentou nas cartas o hábito dos índios de comerem peixes, crustáceos e frutos do mar com palmito. Entretanto a comida dos silvícolas da região não era a torta hoje conhecida mas, com certeza, foi o que podemos chamar de origem do prato atual.
Foi somente por volta do século XIX que a torta como conhecemos começou a tomar forma. Os portugueses tinham o hábito de comer frutos do mar e o preceito de não comer carne na Semana Santa era seguido à risca. Foi nessa época que tiveram a ideia de acrescentar mariscos e bacalhau à mistura feita pelos índios. Nascia a Torta Capixaba. Como filha da terra, a torta permaneceu no Espírito Santo e se tornou, junto com a moqueca, um dos pratos típicos mais famosos. Ela representa a junção dos colonizadores portugueses com os brasileiros.
É hábito dos capixabas comer a torta na Sexta-feira da Paixão. O prato é produzido com elementos nativos do Espírito Santo e leva ingredientes que são retirados da Costa do Estado – peixe, camarão, siri catado, carne de caranguejo, mexilhão, palmito e pimenta, agregando elementos dos colonizadores como bacalhau, azeite, cebola e coentro, originais da cozinha portuguesa, deve ser comido acompanhado de feijão, arroz e farinha, como faziam os pescadores. É um prato tipicamente capixaba, com influência portuguesa.
Quem for a Vitória, na Semana Santa verá os caminhões de palmito à venda para que as famílias mantenham a tradição da TORTA CAPIXABA – a delícia que o Espírito Santo oferece aos peregrinos.