Sobre os falsos profetas e os erros na previsão do tempo

Lula chega à Polícia Federal de Curitiba. Reprodução TV Globo

Há uma batelada de comentaristas e analistas políticos que, frase após frase, afirma que o ex-presidente Lula foi para o espaço agora que foi preso. Para estes, o juiz Sérgio Moro tem dado exemplos de firmeza. O ex-presidente Lula e o PT cometem um erro atrás do outro. A manifestação no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi um erro que vai piorar sua situação na população. A estratégia de Lula ao se entregar à Polícia Federal foi outro erro. Com sua prisão, Lula perderá seu peso e influência nas eleições de outubro. É erro que não acaba mais.

Todos os seus gestos e manifestações são um erro. O ex-presidente tem cometido um erro atrás do outro. Como se fosse possível depois de condenado e preso. Como se fosse possível considerando que, antes mesmo de qualquer julgamento, já se sabe que ele receberá novas condenações. Para cumprir todas as penas de prisão ele terá que ser aquele que viverá 140 anos, citado na defesa da reforma da Previdência pelo governo Temer. Acho até que haverá aqueles que dirão, quando ele morrer, que ele faleceu para não cumprir toda a sua pena. Ou os que defenderão que ele continue preso para onde for depois. O caixão debaixo da terra seria muito pouco.

Por isso, aconselho a leitura do artigo de Carlos Andreazza, um editor de livros, hoje na página 17 de O GLOBO. Quem acompanha seus artigos no jornal não poderá dizer que ele é simpatizante do PT ou de Lula. Mas hoje ele me parece mais lúcido que os comentaristas jornalísticos que se vendem como imparciais e que são vendidos no comércio como tradutores da realidade.

O que diz Andreazza em seu artigo:

1. O candidato do PT será Lula (mesmo outro petista sendo o candidato).

2. A eleição terá um caráter plebiscitário.

3. Parcela do eleitorado votará em desagravo ao ex-presidente.

4. Julgar poder dar um nó tático (em Lula), aí é também prepotência e irresponsabilidade.

5. É alarmante que se compreenda a prisão de Lula como final de alguma coisa, como se já fosse rei fora do tabuleiro, como se não fosse um dos jogadores, não uma das peças, mas uma das que se movem.

6. É alarmante que ainda se subestime Lula neste país de soluções-puxadinho.

7. Este filme ainda vai aberto – e prevê o ex-presidente deixando a cadeia, com missa e show, no alto do trio-elétrico. Antes da eleição.

Reproduzo estas informações para que leitores saibam que há também quem tenha outra visão do processo. Isso é necessário para que os leitores não se surpreendam caso o desfecho não seja o propagandeada pelos “isentos” comentaristas da nossa brava imprensa escrita, televisada, radiofônica e posicionada.

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