Há um vazio político no Brasil para ser ocupado. A eleição presidencial deste ano será completamente diferente das anteriores. A liderança nas pesquisas do inelegível Lula, o desempenho do inorgânico Jair Bolsonaro e a expectativa criada diante do festivo Luciano Huck revelam que há um buraco a ser preenchido.
O tucano Geraldo Alckmin não conquistou a confiança de seu partido. Lula terá que construir uma candidatura e tentar transferir os seus votos para o petista escolhido. Os conhecidíssimos Marina Silva e Ciro Gomes estão estacionados. É nesse contexto que os estrategistas do presidente da República, Michel Temer, creem na viabilidade de sua candidatura.
Argumentam que, a despeito da crise, parte considerável da população está otimista com seu futuro imediato. A redução da inflação, da taxa de juro e do desemprego (mesmo que de forma tímida) estaria mudando o estado de espírito dos brasileiros. A intervenção do Rio de Janeiro certamente também vai influir no aumento da confiança no futuro imediato do país.
Cerca de um quarto dos ouvidos, em diversas pesquisas, acreditam no desempenho do presidente e acham que a situação econômica vai melhorar nos próximos seis meses. Mais ou menos um quinto aprova o governo Temer e também a sua atuação na área da saúde. Pelo menos um terço aprova sua atuação na área da educação, no combate à fome e à pobreza e contra a inflação. Algo próximo de um quarto apoia sua política de combate ao desemprego e para a segurança pública.
Esses dados, mais a publicidade que se fará das realizações do governo durante a campanha eleitoral, dão confiança aos ministros e parlamentares mais próximos do presidente da República. A disseminação de candidaturas neste campo, como as de Henrique Meirelles e Rodrigo Maia, não é interpretada como uma demonstração de fraqueza, mas como uma necessidade para impedir que outros nomes, de candidatos para valer, ocupem os espaços que ficarem vazios. A presença nas pesquisas de Huck, do prefeito João Dória e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também servem a este propósito.
Há seis meses nem se pensava em intervenção no Rio, medida adotada oficialmente nesta sexta-feira. Essa decisão deve melhorar a avaliação do governo, e do presidente, acredita seu time de conselheiros. E ainda há mais que pode ser feito nos próximos sete meses. Durante a campanha, o Brasil não para. O governo segue funcionando, os problemas surgindo no país e nos estados e sempre há quem bata nas portas do presidente Temer.
Por essas e por outras é que não se deve descartar a candidatura à reeleição do presidente Temer. Muitos na cúpula emedebista e todos os seus ministros mais próximos acreditam que ela é promissora. E que a avaliação que se faz de seu governo e de seu desempenho indicaria que, pelo menos, ele poderia chegar ao segundo turno. Neste, novos apoios ele poderia obter dependendo de quem será seu adversário. Ninguém dirá isso formalmente, mas a candidatura Temer está de pé e, neste momento, há confiança em sua viabilidade.