Esse é o quinto artigo no qual eu tento mostrar que a candidata Simone Tebet tem chances visíveis de encarar um segundo turno (contra Lula) e ganhar.
O primeiro deles foi em 30/05 (veja aqui) e o segundo em 9/06 (veja aqui)
Já se passaram 3 meses e parece que agora, tanto a imprensa quanto a opinião pública, despertaram para essa possibilidade.
Quais eram meus argumentos? Baseados nas informações técnicas das pesquisas (Vá lá, nas entrelinhas), basicamente dois se destacavam: Simone Tebet tinha (e tem) o maior índice de desconhecimento entre os 4 principais candidatos; e Simone Tebet tinha (e tem) o menor índice de rejeição entre eles.
O que faltava (e está começando a mudar nessas últimas duas semanas) é mostrar que se ela ficar mais conhecida, vai crescer mais e mais rápido que os outros, e vai receber os votos daqueles que votam pra não eleger o outro indesejável (voto em Lula para não ter Bolsonaro e voto em Bolsonaro para não ter Lula).
Vejo 5 condições que tem que ser vencidas para que Tebet chegue ao segundo turno contra Lula (a sexta condição é ganhar!).
1- Evitar que Lula ganhe no primeiro turno. Essa parece já cumprida.
2- Mostrar que Bolsonaro não tem condições de ganhar de Lula. Essa pode ser demonstrada pelo teto de Bolsonaro nas simulações de segundo turno. Ele perde de Lula (52 X 39), de Ciro (49 X 41) e (pasmem) de Tebet (44 X 42), que tem mais de 50% de desconhecimento. Esses dados são da última pesquisa BTG/FSB (um mês atrás ele ganhava de Tebet por 44 X 40 e tomou uma invertida em 4 semanas). Como é natural supor que no segundo turno cada candidato terá mais votos que no primeiro, fica definido que Bolsonaro tem um teto de 42% (o maior resultado que ele consegue), impossibilitando qualquer vitória.
3- Mostrar que Ciro também não tem condições de ganhar de Lula no segundo turno. Ciro perde para Lula no segundo turno por 47 X 32. Ciro é conhecido por mais de 90% dos eleitores. Pouco espaço para crescer por melhorar o desconhecimento. Nas perguntas sobre migração de votos, ele é o que mais recebe votos de eleitores de Lula e Lula é o que mais recebe votos dos dele, se um ou outro não for candidato. Quer dizer, para o eleitor, correm na mesma raia. Lula tem um teto de 52% no segundo turno obtido contra Bolsonaro. Então melhor votar no original barbudo do que no cearense arretado.
4- Sem Ciro e Bolsonaro, mostra que Simone Tebet é a única em condições de vencer Lula no segundo turno. Já vimos que os outros dois tem tetos menores que Lula e sem possibilidades de crescer até ele. Não é o caso de Simone. Nas simulações de segundo turno, na pesquisa da BTG/FSB de 19 a 21 de agosto (sem as entrevistas na GLOBO) Lula ganhava de 53 X 25. Na pesquisa da semana seguinte (pesquisa de 26 a 28/8) (com as entrevistas, mas ainda sem o debate da BAND), o resultado aparecia como 51 X 30. Lula desce 2 pontos e Simone cresce 5. A diferença caiu em 7 pontos. Na primeira, Tebet era desconhecida por 51% e na segunda por 48%. Perceberam? Bastaram 3 pontos a menos no desconhecimento para ganhar 7 pontos na disputa do segundo turno contra Lula. Então esses 21 pontos de diferença (51 X 30) podem tranquilamente ser vencidos com o desconhecimento sobre a candidata diminuindo de 48 para, (por exemplo) 88% (mais 40 pontos na mesa). Lembrando que Lula está no teto com 51, já que 99% já o conhecem.
5- Como o foco nos itens anteriores é o segundo turno, é preciso convencer eleitores (principalmente), imprensa e formadores de opinião que o item 4 é viável. E que para isso Simone precisa ENTRAR no segundo turno. Isso está mais fácil após o debate da BAND que vai mostrar novo crescimento de Tebet (já apareceu de 2% para 5% na Datafolha). Precisa mostrar que com desconhecimento da ordem de 50% é possível um crescimento exponencial, inicialmente de 150% (2 para 5) e depois 4 a 6 pontos em média nas próximas 4 semanas, chegando a algo entre 25% e 30%. Esses 20% a 25% a mais tem que vir daqueles indecisos, ou os que votam em Lula pra não ter Bolsonaro ou vice-versa. Ou aqueles que votam em Ciro e poderiam mudar se o vissem sem condições.
Em resumo, Lula, Bolsonaro e Ciro são conhecidos por mais de 90% dos eleitores (98 para os dois primeiros) e não tem mais campo para crescer por aí. Simone tem 48% e muito espaço. Os 3 tem rejeições altíssimas, perto de 50%. Tebet menos de 25%.
Repetindo o que escrevi em artigo anterior, (Esse seria o item 6 = GANHAR) o movimento de conhecimento da Simone Tebet terá que ser forte e rápido por meio das redes sociais no primeiro e no segundo turnos. O caminho das redes de TV e jornais geram movimento mais rápido entre os de maior renda e maior escolaridade e mais idade (a pesquisa Datafolha mostra isso, com Simone crescendo mais nesses segmentos). Muitos artistas, empresários e pessoas de renome (mais de 4.000) já se manifestaram e assinaram a favor de Simone e muitos outros se manifestaram contra Lula e Bolsonaro. É preciso engajar essas pessoas e influenciadores com métodos de Marketing multinível e Member Get member, onde cada um chama mais 10, 20, 100, 1.000 ou 1.000.000 dependendo da sua rede.
O boca-a-boca (ou rede-a-rede) faz essa parte e a TV, rádio e jornais fazem o resto mostrando uma dupla de candidata e vice sérias e com proposições consistentes.
Só pra lembrar: 5% que a Simone tem hoje representam 7.500.000 votos e 44% que ela alcançaria hoje em um segundo turno contra Bolsonaro representam 66.000.000 de eleitores ou pelo menos 52.000.000 dos votos válidos!
Concluindo e como venho repetindo desde o final de maio, a candidatura de Simone Tebet é possível e factível. Eu voto nela no primeiro e no segundo turno.
– Paulo Milet, Matemática/UnB com Pós em Adm. Pública /FGV, é consultor e empresário nas áreas de TI, Gestão e Educação a Distância, Presidente do Conselho de Educação da ACRJ, Diretor da TIRIO/RIOSOFT e sócio-Diretor da ESCHOLA.COM