Uma grife da política nacional, o presidente Jair Bolsonaro, está no mercado. Este é o principal produto gerado pela crise entre ele e o partido pelo qual foi eleito, o PSL. O DEM, o PSD, o PP, o PR, o PRB, o Podemos, o MDB são os alvos e os pretendentes. Estes partidos, de uma forma geral, estão em decadência e gostariam de tê-lo como astro de sua propaganda eleitoral nas eleições municipais de 2020.
Bolsonaro está livre agora para disputar a direita tradicional que ocupa as direções destes partidos. E, os movimentos destes, estão voltados para se fortalecer nas eleições municipais, tendo em vista a disputa pelo Congresso e os governos estaduais em 2022. O PSDB tem o governador e São Paulo, João Doria, para exibir ao distinto público eleitoral. A elite econômica tanta navegar na nau do apresentador de TV, Luciano Huck.
Bolsonaro, Dória e Huck tem o mesmo discurso, o da antipolítica. Eles prometem um novo mundo e vão disputar o voto da direita. Dória e Huck se dizem candidatos de centro, mas uma de suas tarefas cruciais é arrancar o eleitorado de direita, cerca de 30%, que seguem alinhados ao presidente Bolsonaro. Somente depois de cumprirem esta tarefa se tornarão viáveis e capazes de marcharem em direção ao centro.
A elite econômica está engalanada com Huck. Os militantes históricos do PSDB, que já perderam o partido para Dória, agora não se importam em arriar sua história, sendo adotados por um astro da TV. Como se vê, a política é dinâmica e seus militantes caminham por estradas tortuosas. Muitos deles traçam um objetivo estratégico e acabam se perderam na poeira tática do tempo.
Bolsonaro, Dória (PSDB), Huck, João Amoêdo (Novo) e Ciro Gomes (PDT) vão disputar 70% dos votos. Bolsonaro ainda tem o aval de 29% e Ciro fez 12% em 2018. Tudo indica que os outros 30% irão para o candidato do ex-presidente Lula. Fernando Haddad (PT), fez 29% em 2018, mas com Lula preso e a esquerda na defensiva. Em 2022, Lula pode estar em liberdade e deve crescer o contingente dos que acreditam que ele foi vítima de uma armação.