Muitos analistas começaram a perceber uma onda Bolsonaro, que poderia levar o capitão a liquidar a eleição já no primeiro turno. Este que escreve considera plausível, resultante do PT, MDB e PSDB, cada um a seu modo, terem errado demais.
Mas, qual Bolsonaro ganharia?
O que terceirizaria a gestão da economia a Paulo Guedes ou o que desautorizou e levou ao cancelamento da agenda do economista após defender a volta da CPMF?
O que defende o armamento da população ou o que pediu paz ao ser vítima de violência na própria pele?
O que manifestou preconceito às mulheres e aos negros ou o que diz nunca ter tido nada contra ninguém?
O que declarou só reconhecer o resultado eleitoral se vencer ou o que se disse mal interpretado pela assertiva?
O que melhor representou até aqui o sentimento anticorrupção carimbado no PT ou o que mal explicou evoluções patrimoniais, auxílio-moradia, operações financeiras de seu guru econômico e transferências cruzadas de recursos entre a Odebrecht, PP e si mesmo?
O que supostamente ameaçou a ex-esposa ou o que apoia ela para deputada Federal?
E é impossível não perguntar mirando o futuro: o que rechaça o establishment ou o que terá que negociar com ele para governar?
A firmeza que muitos tomam como motivo para votar em Bolsonaro, “para dar um jeito no Brasil”, precisa se provar. E o “primeiro a gente derrota o PT” tem o dia seguinte já bem ali. O que todos sabemos é que o capitão não é nem Michel Temer e nem Geraldo Alckmin. Esta, absolutamente, não vai colar.