Presente do Ano Novo será o fim de Bolsonaro em outubro

Presidente Jair Bolsonaro - Foto Orlando Brito

Está chegando a hora é um refrão que serve para partidas de futebol, disputas de espetáculos e, mais modernamente, para comemoração ou provocação entre candidatos ao final de cada eleição. Chegar a hora significa que o adversário está à beira da derrota, e os prováveis vencedores já começam a comemorar, levando os vencidos no deboche.

Desde que Fernando Henrique Cardoso inventou a reeleição para a Presidência da República, todos os postulantes a um segundo mandato consecutivo foram reeleitos. O próprio  FHC se beneficiou com o segundo mandato, Lula se reelegeu,  igualmente, e até dona Dilma também repetiu a primeira dose no Planalto.

Os presidentes antecessores de Jair Bolsonaro

Dir-se-á que é moleza conquistar o segundo mandato, ou que os recentes ex-presidentes desse Brasil foram  extraordinários e assim premiados pelos eleitores. Nada disso. A Dilma foi depois impichada e seu sucessor teve melhor desempenho no cargo do que ela. Isso pode ser um alerta para o excesso de repetições. O personagem mais estranho que já se elegeu para o governo é um capitão expulso do Exército, grosseiro, desbocado e mais o que houver de negativo.

Foi eleito pela internet e pelos fake news nos adversários, e está batalhando para se reeleger, para isso aumentado os salários da polícia federal. Em protesto centenas de servidores de outras áreas pediram demissão, por se considerarem prejudicados. O Bolsonaro acha que todos os militares vão votar nele por estar ajudando a classe. Mas os demais servidores acham o contrário e votarão nos adversários do capitão.

O governo e seus ministros da Saúde foram incompetentes para enfrentar a covid, deixando mais de 600 mil brasileiros mortos. Vão enfrentar agora a Ômicron com a mesma incompetência e se negam a vacinar as crianças de 5 a 11 anos, aguardando consulta popular a respeito. Como se elas, ou seus pais, entendessem do assunto para opinar. Entendem sim, mas são desprezados, os médicos e cientistas.

O presidente que pretende se reeleger tem adotado iniciativas trágicas na administração como na conduta pessoal. Segmentos de brasileiros já o rejeitam com asco e decepção, além do receio de uma eventual repetição no cargo. O governo foi desmontado há meses. Apesar da pandemia teve péssimos ministros da Saúde. O atual quer se candidatar ao Congresso.

Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes – Foto Orlando Brito

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, que deveria ser o mais competente, passou a tesoureiro pessoal do presidente. Pediu ele dá aumento; ordenou ele demite; diz que a inflação está controlada, ele concorda; pede aumento para policiais, ele concede; troca a mesada dos paupérrimos para Auxílio Brasil e liquida o Bolsa Família. Com os gastos e o descontrole arrombou o orçamento.

A continuar insensato e selvagem, com o país  desarticulado, o ex-capitão disputa, com algumas  possibilidades de ganhar,  o título de primeiro presidente brasileiro que não consegue ser reeleito. Ser eleito já foi uma surpresa. Governar, uma decepção. Conseguir ser reeleito, um absurdo.

Queiroga e Guedes deixaram de ser ministros da Saúde e da Economia e se transformaram em cupinchas servis do Bolsonaro. Fazem o que o seu chefe mandar, nem que sejam ordens prejudiciais às suas  pastas. Guedes deixa furar o teto da dívida, contrata servidores além do que necessita e força funcionários a pedirem demissão.

Ministro Marcelo Queiroga – Foto Orlando Brito

Queiroga acatou a ordem de não vacinar crianças passíveis de infecção do covid e suas variantes. Bolsonaro não ativou o governo. Redigiram um bestialógico a ser respondido em pesquisa, a título de autorização para a vacina nas crianças e estão catando assinaturas.  Há perguntas cretinas como: Papai e mamãe aprovam a vacina?

Ao invés de promover pesquisa já podiam ter sido vacinadas dezenas de milhares de crianças brasileiras. Sem as vacinas, elas continuam expostas a contaminação por doenças mortais.

— José Fonseca Filho é jornalista

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