Briner de César Bitencourt, de 23 anos, foi preso injustamente por tráfico de drogas em Palmas. Após um ano tentando provar sua inocência, finalmente foi absolvido pela justiça no último dia 10. Horas antes de ser solto, ele morreu na prisão por complicações respiratórias.
Esse jovem pode ter sido um dos presos que votaram no primeiro turno.
Uma peça de propaganda eleitoral do candidato presidente afirma que Lula foi o mais votado entre os presidiários. E mentiu ao dar a entender que todos os presos votam.
Confesso que nem sabia que presos votavam. Fui pesquisar e verifiquei que somente os presos provisórios, que aguardam decisão judicial, podem votar. Quer dizer que, dentre os votantes, muitos podem ser inocentados no julgamento, como foi o caso do jovem Briner.
Os presos condenados perdem os direitos políticos, não podem votar nem ser votados. Portanto, Fernandinho Beira-mar, Marcola e outros bandidos de colarinho sujo não votaram.
Pouco mais de 40% dos presos no Brasil são provisórios, o que daria cerca de 400.000 pessoas, mas apenas 12.693 estão aptos a votar, ou seja, 3,13%.
Esses dados são importantes para mostrar que esse número é muito pouco representativo para que se tirem conclusões do tipo: Lula é o preferido dentre os presidiários.
E se fosse, ou for, não significa que ele é condescendente com o crime, que é o que as postagens dão a entender.
Todos sabemos que a enorme maioria dos presos no Brasil é formada por cidadãos pobres e pretos. Nada mais natural do que uma pessoa pobre e preta rejeitar Bolsonaro. O contrário é que é de se admirar, embora aconteça.
Interessante constatar que, para algumas pessoas, o fato de ser o mais votado por um número reduzido de presos provisórios seja motivo de desqualificação de um candidato enquanto ser apoiado por bandidos de colarinho branco, como muitos no entorno do candidato presidente, não o desqualifica em nada.
O site Metrópoles divulgou o resultado das eleições no sistema presidiário do DF. Bolsonaro venceu na Papuda.