A evolução da Lava Jato vai criando uma nova dinâmica nas eleições de 2018. Há presos, denunciados e investigados que não envergonham seus partidários e aliados. Podemos citar o PT de Lula e José Dirceu. Há outros casos em que nem adianta rejeitar ninguém. É o caso do MDB do presidente Michel Temer, do ex-governador Sérgio Cabral, do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e dos irmãos Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima, que é deputado.
Mas há também aqueles que ficam passando a mão no paletó tirando o pó, na expectativa de que ficarão imunes. É o caso do PSDB, que tenta jogar no lixo o senador Aécio Neves, jogar ao mar o ex-governador Eduardo Azeredo, que (como Pedro) diz ‘NÃO’ ao operador Paulo Preto, que finge que a prisão de seis ex-presidentes do Metrô de São Paulo não tem nada a ver. Como se pode ver é uma ginástica. Mas será que vai dar certo?
A diferença entre uns e outros? Há os que viram as costas para aqueles que eram seus aliados até outro dia. Há os que, como todos estão na pior, adotaram a linha do salve-se quem puder. E, também, existem aqueles que são solidários aos partidários que caíram em desgraça. Estamos falando, por ordem, do PSDB, do MDB e do PT. Mas a atitude diante da adversidade, não é a única diferença.
Há a do envolvimento direto nas acusações que geraram a prisão, a condenação, o processo, a denúncia e a investigação. Há os casos em que os juízes e o Ministério Público concluem que não era possível que fulano não soubesse e há aqueles em que o Judiciário define que esse não podia saber. É claro que não podemos deixar de lado os que de fato cometeram pecados. Nem os que foram imprudentes.
O fato é que a lama atinge a todos. Culpados e inocentes. Alguns vão pagar a conta na Justiça e outros nas eleições. E há aqueles que vão sobreviver.
Virou modinha nestes dias, por parte de torcedores, pregar a unidade de candidatos que se apresentam com representantes do Centro. Ficam perguntas no ar. Este candidato não vai pagar a conta de Aécio Neves, de Michel Temer, de Eduardo Azeredo, de Paulo Preto e de Sérgio Cabral? Ele tem envergadura popular para matar esta bola envenenada no peito e sair jogando?
A esquerda foi parar onde nunca imaginou que estaria nos seus maiores pesadelos: o lixo. Ela vai pagar esta conta e seu principal partido vai sair penalizado pelo voto popular. Já foi assim no mensalão, por que não seria na Lava Jato? Mas ela tem a seu favor um chefe que tem liderança popular. E que, mesmo estando no inferno, até agora consegue ressuscitar como um milagreiro que vai salvar a vida de milhões.
Há, por fim, a direita política, que desde a ditadura militar não vive um momento tão fértil para sua pregação. Partidos e políticos que lutaram contra a ditadura, entraram pelo cano no regime democrático. A direita vestiu a camiseta da antipolítica, está no ataque e pode até marcar um gol. Só o que não lhes garante o domínio do campo, é que outros jogadores, dos quais não se conhece o que tem na cabeça, incorporam esta mesma imagem. É muita novidade.
Vivemos uma experiência ímpar. Uma guerra política, num regime democrático, que pode ser comparada aos vividos na década de 50 do século passado. Um confronto que vai se acirrar, mas não acabará em armas. Um embate que não criará uma maioria parlamentar e, por isso, vai se arrastar. Nem uma nova política nascerá.
A articulação das candidaturas à Presidência deixa isso cristalino. Não há vinculação, imposta por lei, de coligações para a eleição presidencial com a de governadores. Não há vinculação do voto, pois a esmagadora maioria dos eleitores, não vota em candidatos de um mesmo partido de cima para baixo. Por isso, os apelos pela unidade tem como liga o dinheiro. Somente a grana tira ou coloca alguém dentro da quadra.