Bolsonaro está se divertindo a valer, desde que saiu viajando pelo país, botou os Zeros para operar sites eletrônicos e fizeram uma verdadeira campanha. Sem gastar nem se esforçar muito. Foi só sair xingando pelo país. E ganhou fácil. Com isso se acostumou a levar a política na troça, preocupado só em atingir seus objetivos. Primeiro vencer o pleito, depois se reeleger.
Nos últimos meses está se divertindo com motoqueiros, para aliviar as tensões, e se dedicando a uma tarefa que considera fundamental, e a conduz com vivo empenho. Por malditas razões resolveu encerrar as carreiras de dois ministros do STF, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso. Esse é apenas o golpe inicial de sua campanha para desmoralizar a Justiça brasileira. Lá ele só quer ver autoridades bolsonaristas delirantes, capazes de participar das tramas presidenciais.
O tal Bolsonaro não percebe que a maioria dos brasileiros já cansou de seus desmandos, ora descambando para a ridicularia. Como a caça às autoridades judiciais, por meros e fúteis pretextos. Introduzindo a geometria nas discussões, se pode ou não avançar além do quadrilátero. Na verdade, ele quer dizer que é possível, sim, avançar além da Constituição. É o que ele mais gosta de fazer: tudo que for imaginável para humilhar a dupla do STF e a própria instituição.
Esse tal de Bolsonaro exagera nas bobagens que repete, e do alto de sua boçalidade não percebeu ainda que sua popularidade está em baixa no tobogã das pesquisas. E quem vem escorregando atrás dele é o Lula, responsável por 16 anos de incompetência governativa e irregularidades do poste que o sucedeu. Nem que incorpore os votos dos policiais militares de todos os Estados ele poderá ficar tranquilo com suas perspectivas eleitorais. Daí a nova atração de sua futura campanha, a marretada que começou a aplicar nas autoridades judiciais, e sua fixação na dupla formada por Alexandre e Barroso.
A população brasileira está começando a ficar apavorada com o futuro que vem por aí. A inflação retornou, depois de décadas, e o menestrel dos números, ministro Paulo Guedes, está meio perdido. Ele não sabia que para reorganizar as finanças teria que suportar um presidente desarvorado. E que também passou a dizer asneiras de vez em quando. A população está assustada. O dólar subiu. E o presidente vaga por aí, ansioso pela chegada do dia da Independência.
Desde o início do mandato, uma das características principais desse presidente foi a provocação generalizada. Esse estilo progrediu mais do que suas poucas metas administrativas, e ultimamente tem se agravado. Ele quer briga com os juristas, os empresários, a imprensa, os LGBTs, os governadores, os prefeitos, presidentes estrangeiros que não sejam fascistóides como ele. Briga com a Argentina, Venezuela, Estados Unidos, França. Considera confiáveis só os evangélicos, as milícias e os poucos militares que o suportam.
— José Fonseca Filho é Jornalista