Chega a ser hilariante a reação dos ministros do STF diante das agressões de que são vítimas em redes sociais e até mesmo pessoalmente nas ruas, em bares e restaurantes. O STF brasileiro tem uma verdadeira ânsia por aparecer para o público. Não é à toa terem passado a transmitir suas sessões ao vivo pela TV Justiça.
Isso faz com que eles leiam longuíssimos votos, na maioria das vezes desnecessários, e até mesmo batam boca em alguns casos. E podemos arriscar a dizer que muitos dos ministros, muitas vezes, julgam não necessariamente de acordo com a Constituição e as leis, mas atendendo a volúpia da opinião pública.
Sendo assim, são grandes as possibilidades de serem aplaudidos quando reconhecidos nos shoppings, nas ruas, nos restaurantes e aeroportos do país e do exterior. Mas os que contrariam a maioria conjuntural correm o risco das agressões verbais. A última delas contra o ministro Gilmar Mendes, no exterior, sugere que em breve virão as agressões físicas.
Mesmo assim, os ministros do STF não têm o direito de reclamar. Muito menos, no futuro, os que hoje são ovacionados. Ocorre que, além da TV, os nossos vaidosos ministros têm um gosto extremado em saborear suas próprias vozes e palavras. Eles têm uma ânsia de dar opiniões sobre tudo. São verdadeiros comentaristas ligeiros dos fatos que devem julgar.
Podemos prever que os que hoje apanham, um dia serão ovacionados. E os que hoje são festejados, um dia serão apedrejados. Foi assim com os políticos quando começou a operação Lava Jato. Os que não foram atingidos, no começo, aprovavam tudo. Mas quando chegou a vez deles, adotaram o desespero e os argumentos que antes desprezavam.