Antes de termos uma guerra civil entre direita e esquerda, ou uma conflagração entre fascistóides e fantasmas comunistas, os brasileiros precisam atentar para a difícil situação que o país atravessa. Sem que nenhuma atitude visando o fim da exasperação dos ânimos esteja sendo cogitada pelo governo, que contribui ainda mais para seu agravamento. A pandemia mortal e descontrolada agrava a superação da perigosa realidade e crescente número de mortes.
Da parte do governo é difícil esperar alguma atitude razoável no sentido do apaziguamento da sociedade. Ao contrário, o presidente e seus Zeros agem com irresponsabilidade e provocações. O objetivo é tornar o ambiente político realmente explosivo. O país não vive um período de convivência e sim de arrivismo provocado pelo Chefe do Governo e seus filhos. Com os braços, em suas aparições públicas, imitam os movimentos de um fuzil, mostrando ao povo como atingir o adversário. Estímulo ao tiroteio.
Nas atividades públicas o presidente aproveita para dizer asneiras e bancar o valentão, exemplos seguidos pelos adestrados Zeros. Bolsonaro é o rei da provocação, conseguiu levar a desarmonia ao Exército, à Saúde, ao combate ao coronavírus, aos parlamentares da CPI, aos governadores e prefeitos. No exercício da presidência tem comportamento desrespeitoso com todos. Gosta mesmo é de tagarelar com seus seguidores no portão do Alvorada, e xingar as mães dos que o desagradam.
Agora está sofrendo de complexo de posse, que supõe poderá ajudar a aliviar alguns dramas que tem vivido, graças aos comunistas, esquerdistas, jornalistas, lulistas e outros. Mas tem sido claro em suas preferências de posse: “Meu Exército”, “Meu povo”, ”Minha moto”; “Meu cavalo”, e por aí segue. Sobre a correspondência a seus desejos de posse pelos escolhidos nada se sabe. Logo explicita suas qualidades, por ele próprio destacadas: diz que se considera incomível, imorrível e imbrochável. São traços de uma mente conturbada.
As brincadeiras seguem enquanto o Brasil atravessa um dos períodos políticos mais delicados de sua história e por enquanto não há indícios de melhoras. Bem ao contrário, a tendência é pelo agravamento. Os grupos bolsonaristas estimulam as provocações, cujos abusos são considerados justos pelo presidente.
As lideranças político-partidárias não se revelam ao nível de inteligência e moderação requeridos. Os grupos políticos se agitam e a eleição presidencial provocará mais ódio e confrontação entre os votantes. Outro agravante: a votação será digital ou do papelzinho dobrado? O presidente quer o velho modelo, que é maleável.
Como se não bastasse, cerca de 500 mil brasileiros já morreram de coronavírus e o Brasil, entre os países de grande porte, é o mais incompetente do mundo no combate à pandemia. O Bolsonaro deixou de comprar vacinas e queria oferecer como remédio aos brasileiros um xarope vagabundo chamado cloroquina.
Como pode um país nessas condições superar tantas dificuldades, e com a sociedade dividida? Até agora tem faltado moderação e inteligência. Os fascistóides querem reeleger seu chefe e os comunas remanescentes trazer o Lula de volta.
É possível a população ficar calma, ou esperançosa, com essas perspectivas e tais condutores do processo? Em breve poderemos constatar. Bolsonaro acha que as manifestações de protesto contra seu governo são provocadas por esquerdistas maconheiros, insatisfeitos com a falta da erva. Mais uma gracinha presidencial. Enquanto isso, o Brasil corre o risco de sofrer uma forte implosão.
Homenagem a Bolsonaro – Principal responsável pela realização da Copa América no Brasil, o presidente Bolsonaro será homenageado pela Conmebol. Ele dará o pontapé inicial no jogo de abertura entre as seleções da Guatemala e de Honduras, no Estádio Nacional de Tegucigalpa.
— José Fonseca Filho é jornalista