Dizer que político rouba já virou senso comum no Brasil. Mas com o combate à corrupção sendo nocauteado pelo Supremo Tribunal Federal sob as bênçãos da Procuradoria- Geral da República e da AGU, alguns estão se sentindo tão à vontade que nem se preocupam mais em esconder suas intenções em avançar no dinheiro público.
Neste domingo (6), durante a convenção para a escolha do candidato a prefeito do município de Cocal, no Piauí, pela aliança entre MDB e PP, Cristiano Britto, o ex-prefeito da cidade José Maria Monção, roubou a festa ao soltar o verbo e admitir que “roubou” nas três vezes em que ocupou a prefeitura.
No vídeo, que viralizou na internet, ele confessa: “Eu posso até ter tirado alguma coisa e dado pros pobres. Se eu tivesse feito tudo direito não tinha ido preso, né? Se eu fui preso tem algum motivo”. Depois, tenta justificar seu ataque aos cofres públicos afirmando que “político que rouba, rouba para dar para o povo”.
Na plateia o mais novo melhor amigo do presidente Jair Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira, ao lado do atual prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), divertiam-se com a confissão aplaudindo e gargalhando com a crise de sincericídio de Monção.
Aliás, essa não foi à primeira confissão de político em lives durante a pandemia. Em julho, o ex-presidente do diretório municipal do PT em Laje do Muriaé, no interior do RJ, afirmou que o partido tinha como princípio “fazer muito e roubar pouco”. Diante da repercussão negativa do vídeo, que também viralizou nas redes, Lidelio Luiz da Silva se afastou da direção do partido.
É, parece que o antigo bordão político do “rouba, mas faz”, cunhado em referencia ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, e usado depois relacionado a Paulo Maluf e, mais recentemente, Lula, nunca esteve tão em moda…