Já há algum tempo, no futebol brasileiro, o centro está péssimo, com os jogadores atuando naquele espaço muito aquém dos grandes craques que ali tivemos no passado.
A derrota para o bom time do Senegal comprovou isso, que já tinha sido exposto na última Copa do Mundo.
Além da qualidade técnica inferior dos atuais jogadores do meio de campo do time de futebol do Brasil, algumas visíveis diferenças entre gerações, como por exemplo, a inteligência, a visão de jogo, a objetividade, a verticalidade…basta comparar um Didi, um Gerson, um Rivelino, um Zico, um Falcão, um Kaká, e tantos outros do passado com os limitados ocupantes dos recentes tempos do meio de campo de nosso time de futebol.
Outra diferença explícita dos atuais jogadores de futebol, nessa parte em todos os setores do campo, é a postura. Será que alguns dos grandes craques do passado ficavam se exibindo com cabelos estranhos, cometendo faltas desnecessárias e desleais, ou pedindo aplausos da plateia. Não, eles não faziam isso pois estavam mais interessados em mostrar um excelente futebol e não outros atos estranhos a essa prática.
Um time é composto por defesa, meio de campo, e ataque sendo o meio de campo crucial para o sucesso pois é o construtor das jogadas. Nossos atuais defesa e ataque, apesar de também não serem de excelente qualidade podem funcionar se forem bem alimentados pelo meio de campo. Mas isso, pela qualidade dos atuais jogadores, não tem ocorrido.
Resta sempre a esperança de que uma geração futura de craques, jogadores de meio de campo, apareça no cenário brasileiro pois os atuais não conseguirão atender o nível de qualidade que a Seleção Brasileira de futebol precisa.
Essa crise no meio de campo do futebol brasileiro me faz lembrar nosso governo nacional.
Numa analogia podemos dizer que o Poder Executivo é o ataque do País, pois é ele que é responsável para marcar os gols em benefício do povo brasileiro, executando seus programas governamentais.
Nessa mesma linha o Poder Judiciário seria a defesa do País contribuindo com a sua capacidade própria contra os ataques adversários à nossa Constituição, leis e preceitos legais.
Não podemos dizer que, nos últimos tempos, esse conjunto dos Poderes Executivo e Judiciário venha jogando bem, seguindo a analogia com o futebol. Diversas falhas ocorreram nas atividades desses jogadores da nação brasileira.
Cabe esclarecer que existe uma diferença crucial nessa analogia pois enquanto o time de futebol deve jogar como um grupo coeso para obter os gols necessários para vencer as partidas, no Governo Brasileiro os jogadores de cada parte do campo são independentes, cada um tem seu poder e jogo próprio, que não deve interferir no poder dos demais. Mas, a exemplo do futebol. devem também ter uma coesão na busca dos seus gols, no caso, o atendimento das necessidades da população brasileira.
Dito isso e voltando à analogia com o futebol, temos que dizer que o meio de campo do governo federal, o Poder Legislativo, vem atuando pessimamente nos últimos tempos. Cabe a esse setor a armação das jogadas brasileiras, através da promulgação de leis, decretos, etc., que beneficiem o povo brasileiro, e que sejam efetivadas pelo Poder Executivo e controladas pelo Poder Judiciário.
No entanto o centro do jogo no Poder Legislativo está atuando totalmente fora do contexto de uma partida normal pois vive se infiltrando na área do ataque, exclusiva do Poder Executivo. Além de, quando produz algum projeto, o faz equivocadamente, provocando a intervenção do Poder Judiciário que não deveria estar ocupado se envolvendo nisso.
Os atuais jogadores, e os do passado recente, do Poder Legislativo, estão atuando como seus congêneres do futebol, promovendo atos estranhos as suas atribuições. Ao invés de aprovarem leis em benefício do povo brasileiro, só pensam em aprovar absurdos para eles mesmos ou para um seleto grupo de amigos ou de grupos de interesses.
Intrometem-se em outras áreas do campo como quando propõem mudanças estruturais no Poder Executivo, ou aprovam soluções que afrontam normas legais, provocando a entrada em campo do Poder Judiciário para manter o jogo limpo.
No passado, igual ao futebol, tivemos grandes craques nesse campo, como Ulysses, Tancredo, Simon, Covas, Arinos, Arraes, e muitos outros que atuaram com sucesso para as vitórias do povo brasileiro.
Será que hoje, neste jogo da arena política podemos ter esperança de que bons jogadores apareçam para atuar no meio de campo, fazendo como devem os necessários gols para a vitória do povo brasileiro?
Vamos torcer para que os dois meios de campo, importantes para a felicidade do torcedor do Brasil, melhorem com novos jogadores que estejam capacitados para a nossa vitória.