O ministro Nunes Marques adotou uma medida liminar quase assassina, em iniciativa isolada, ao liberar seguidores de todas as Igrejas e credos para frequentarem presencialmente happenings, missas, ou baladas religiosas em todos os templos do país.
Tais ajuntamentos sociais – missas, baladas, música sacra, casamento, etc. – estão proibidos em todo o país, porque podem provocar ataques de coronavírus e, em consequência doença, sofrimento e mortes.
Nessa segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes decidiu sobre um processo que restava em mesa. Manteve os vetos à volta dos cultos religiosos com a presença dos fiéis em todo o estado de São Paulo. Assim, a questão vai agora para decisão do plenário da Suprema Corte.
O Papa, chefão da igreja católica, sabe disso e há tempos suspendeu todas as atividades com público no Vaticano. Nem os pobres tiveram os pés lavados pelo Pontífice na Páscoa. Não satisfeito, ou indiretamente satisfeito por servir a outrem, Nunes desconsiderou os ministros do STF que haviam aprovado, ano passado, a autonomia dos Estados e Municípios para decidir dessas questões. A maioria optou pela proibição.
O desinformado ministro é novo na Casa, indicado pelo presidente Bolsonaro, famoso por sua arrogância e desrespeito aos brasileiros. Além do deboche, com a campanha contra o coronavírus e a oposição ao lockdown. Os dois são amigos e pensam da mesma forma: errada. A um basta pedir ou ordenar e ao outro é só obedecer.
A ação do ministro atingiu os 10 colegas e mais de 5.500 prefeitos de todo o país, que não esperavam a interferência. Todos promoviam lock downs para combater a pandemia. Vão esperar que o plenário do Supremo resolva a questão, nos próximos dias. O prefeito de Araraquara promoveu rigoroso lock down e em poucas semanas reverteu a gravidade da situação local.
O Brasil foi transformado pelo governo em vergonha universal. Além do que já se sabia, as bobagens do presidente, o recorde mundial de mortes, empresários roubando vacinas, a população pobre, sem alimentos, aparece esta novidade. O jurista amigo do presidente mandou liberar o forró nas igrejas.
Os pobres lá encontram repouso espiritual, hóstias e orações. Tudo que devem fazer é ficar em casa ou nas imensas favelas paupérrimas onde sobrevivem. Mas não precisam se arriscar a um encontro que pode gerar mais doença e mortes para a humanidade. Mesmo se o seu chefe mandar.
— José Fonseca Filho é jornalista