No Palácio do Planalto os hurras de golaço com a aprovação da MP 870

Presidente Jair Bolsonaro, ministro Onyx Lorenzoni e a deputada Joice Hansselmann - Foto Orlando Brito

Hurras no Palácio do Planalto. A Medida Provisora (MP) 870 passou lépida e tépida, como diz a expressão idiomática. A votação de quarta-feira no Plenário da Câmara foi, sem dúvida, uma vitória política e administrativa, pois esperava-se, em contrário, o esfacelamento da base parlamentar, a implosão dos líderes Joice Hasselmann e Major Victor Hugo, e o robustecimento do Centrão como força independente e decisiva. Qual nada, o PSL venceu a partida final levando apenas um gol de honra da oposição, que foi a retirada do COAF da Justiça, voltando para a Economia (leia-se- Fazenda), o que não quer dizer nada, pois o órgão continua com seus poderes de bisbilhotar as entranhas dos cidadão e, perigosamente, dos poderosos.

Como se dizia: entre mortos e feridos salvaram-se todos, pois a oposição comemora a vitória no caso COAF como um a punição humilhante ao algoz do ex-presidente Lula, o ministro da Justiça Sérgio Moro. O gol contrário não doeu muito no Planalto, pois o famigerado órgão está nos calcanhares do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ). Com a volta à secretaria da Fazenda há esperanças de que afrouxe o tacão. Ainda é preciso esperar mais um pouco para confirmar essa perspectiva. O 01 respira aliviado.

Major Victor Hugo – Foto Orlando Brito

É interessante observar que essa vitória parlamentar não representou, exatamente, uma mudança de postura das forças políticas representadas na Câmara. Muitos partidos de oposição, como o PSDB, tomaram-se de compostura e apoiaram a mudança da administração como um direito do presidente, conquistado nas urnas. Um presidente da República tem licença para montar sua administração conforme propôs a seus seguidores na campanha eleitoral. Portanto, não significa bandeira branca nas outras frentes de batalha. Mas isto não impede Joice e Major de cantarem vitória. Gol é gol.

Passado o sufoco, pois já havia gente distribuindo os cargos na nova estrutura assim que a MP 870 caducasse, volta à pauta de obstáculos a reforma da previdência, com seu purgante indigesto, a criação de fundos de capitalização como fórmula para aumentar o valor das pensões dos aposentados. Só que ninguém entende direito como isto funciona. Será uma dura batalha de proselitismo e com fortes doses de reações ideológicas e corporativas. Os tempos duros estão de volta já nesta semana. Nem dá tempo de comemorar o gol que os adversários já estão entrando na grande área com os pés calibrados.

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