Nas campanhas pelo interior do Brasil a onda do “bolsolulismo” vem se espalhando feito rastilho de pólvora. Candidatos a prefeito ou a vereador se apresentam como representantes da junção dos dois principais líderes políticos da atualidade no Brasil. “Santinhos” – em papel ou virtual – circulam entre eleitores desavisados com fotos do pretenso candidato ao lado de Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo. Alguns são memes, outros não.
Estranho? Nem tanto. Afinal, embora pareçam ter propostas antagônicas, os dois líderes estão cada vez mais próximos, seja no ódio a Sérgio Moro ou à Rede Globo, seja nas ideias populistas ou na devoção que despertam entre os seus seguidores.
Nesta terça-feira (15), a fala do ex-presidente Lula afirmando que o ex-ministro Sérgio Moro mentiu na acusação que fez contra o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal, mostra que esse “sonho” não parece impossível.
Nas redes sociais o “bolsolulismo” também está virando moda. Muitos internautas – especialmente no Twitter – têm se referido ao termo com frequência. A diferença entre eles e os candidatos que usam a imagem dos dois líderes políticos para se eleger é o olhar sobre essa fusão.
Enquanto políticos veem Lula e Bolsonaro como uma força imbatível, capaz de vencer qualquer disputa eleitoral, os internautas enxergam o “bolsolulismo” como o que há de pior na política brasileira: casuísmo, populismo, o combate ao combate à corrupção e a disseminação do ódio pelos que pensam diferente.
Para o bem e para o mal o Centrão representa o elo entre as duas forças políticas. Nomes como o do senador Ciro Nogueira, do ex-prefeito Gilberto Kassab, do deputado Arthur Lira, entre outros, apoiaram até o último minuto os governos Lula e Dilma e, agora, garantem a sustentação de Bolsonaro no poder.
Enrolados nas investigações da Lava Jato, os representantes do Centão também ajudam o “bolsopetismo” a combater os avanços nas investigações contra o desvio de recursos público – do petrolão à rachadinha – um interesse comum de ambas as partes.
Como em política tudo é possível, quem sabe em 2022 Lula e Bolsonaro não estejam juntos no mesmo palanque…
A conferir.