Michel Temer (PMDB-SP) é o atual presidente da República Federativa do Brasil, em substituição a Dilma Rousseff, de quem era vice. Ocupou a cadeira interinamente a partir da abertura do processo do impeachment da antecessora no dia 12 de maio de 2016 e assumiu em definitivo com a conclusão do processo em 31 de agosto.
Temer fez sua carreira política no PMDB, tendo passado pelos cargos de deputado federal (1994), líder do partido na Câmara dos Deputados (1995), presidente da Câmara (1997, com o apoio de Fernando Henrique), presidente nacional do partido (2001) e, finalmente, vice-presidente na chapa de Dilma nas eleições de 2010 e 2014. Tornou-se conhecido como articulador político dos bastidores.
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No processo de impeachment, Temer se desentendeu publicamente com a presidente da República — como no caso da carta onde declarava ser, para ela, um “vice decorativo” — e articulou pessoalmente o apoio a seu afastamento.
Economicamente, o governo Temer defende desde o início a contenção de gastos públicos, tanto por meio de privatizações quanto de reformas aprovadas no Legislativo. Aprovou a PEC 241/55, que estabelece um limite de gastos estatais para os próximos 20 anos, e a Reforma Trabalhista. Com as crises do governo, a Reforma da Previdência, colocada como essencial pela atual equipe econômica, está cada vez mais ameaçada.
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O governo de Michel Temer também foi marcado desde o início por crises internas, frequentemente envolvendo a Lava-Jato ou acusações de corrupção. Nestes escândalos, Temer já perdeu os ministros Romero Jucá, Fabiano Silveira, Fábio Medina Osório, Henrique Alves, Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima. Além disso, o presidente foi implicado pessoalmente com a revelação das gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS: de acordo com o empresário, os dois teriam negociado a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, na época já encarcerado e acenando com a possibilidade de delação premiada.
No dia 2 de agosto, a Câmara dos Deputados barrou por 263 votos a primeira denúncia assinada pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot contra o presidente, sob a acusação de corrupção passiva. Se a oposição tivesse conseguido 342 votos, esta seguiria para o Supremo Tribunal Federal e Temer seria afastado do cargo. É esperado que Janot envie novas denúncias à Câmara antes do fim de seu mandato, enquadrando o presidente em crimes como obstrução de justiça ou organização criminosa.
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Arquivo Os Divergentes:
“Não renunciarei” – 18/05/2017
Em pronunciamento, Michel Temer nega ter combinado com Joesley Batista a compra do silêncio de Eduardo Cunha. No dia do pronunciamento, especulava-se que, com as informações do dono da JBS, Temer renunciaria à Presidência.
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Atualizado em 03/09/2017.