Linguagem neutra, não binária: do inclusivo-exclusivo

É uma proposta de mudar a língua falada e escrita para atender aos tempos "pós-modernos"  identitários, em momento  de progressiva manifestação de formas sociais de se relacionar, afetiva e sexualmente.

Linguagem neutra acompanha os debates de gênero

“O mundo é dividido em duas classes, aqueles que acreditam no incrível e aqueles que praticam o improvável”. Oscar Wilde.

O que é um ser humano pertinente ao diverso agrupamento de gênero neutro pode ser uma boa questão para iniciar ou dar continuidade a reflexões mais profundas. Estas exigem a cuidadosa observância de algo mais que louvar o fato de termos diante de nossos narizes uma realidade mundial em crescimento vertiginoso. A realidade LGBTQIAP+  convida os críticos a projetá-la além da conquista da liberdade de indivíduos para viver suas vidas como desejarem e da legítima  exigência de respeito da parte de uma maioria situada em outro parâmetro afetivo-sexual.

Palmas e vaias acríticas, regozijo e desprezo reiterados tornam mais difíceis a interlocução mediativa capaz de projetar uma convivência civilizada (leia-se, com tolerância na divergência). Os obstáculos encontram-se na tradição e no seu contrário.

David Bowie

Convicções da velha tradição e da nova onda não binária, quando polarizadas em igrejinhas e estamentos corporativos, costumam fomentar calabouços semânticos. Eles são muitos e não exclusivos dos devotos do conservadorismo moral, pois presentes em verdadeiras seitas erguidas desde as bandeiras multicoloridas de um arco-íris cada vez mais complexo e contraditório.

O que essas pessoas do terceiro gênero implicam em relação aos binários, no quadro geral da reprodução social, parece invocar um problema maior a ser pensado, ao menos para aqueles que ainda se importam com a luta emancipatória mais ampla, na qual os indivíduos desiguais na dimensão afetivo-sexual possam significar também e conjuntamente, avanços legítimos de amplos direitos fundamentais. A tendência histórica dominante nos identitários tem sido a de se constituir como mais um componente do retrocesso, ou da desmobilização de energias utópicas aptas à produção de uma sociedade igualitária. Nesta o ser diferente significa potência ou subjetividade desejante – por condição ou escolha individual, e não sujeição e/ou co-participação  legitimadora de amplas exclusões sociais. Não binários não se livram do mercado e este os reconfigura como mercadorias díspares, mas em plena circulação.

Gênero neutro

“O ‘gênero neutro’ é também chamado, um tanto reduzidamente (pois se trata de mais do que expressões por demanda sexual), de gênero de terceiro sexo ou gênero inclusivo. Como o terceiro sexo é inexistente, a intenção LGBTQIAP+ é a de identificação e nomeação de quem não se reconhece como masculino ou feminino. Daí o entendimento da necessária mudança linguística das letras “a” e “o” de adjetivos e substantivos por algo que se torne neutro **. A inclusão pode produzir novas exclusões na exata medida de seus processos legalizantes. Como assim?

A linguagem neutra, também conhecida como linguagem não binária, seria um novo código para evitar os usos dos gêneros tradicionalmente aceitos pela sociedade (dividida entre Masculino e Feminino) desconsiderando uma multivariedade emergente de situações não conformes àqueles dois gêneros. O intuito do que se tornou um novo movimento social desde a metade do século passado é tornar a comunicação humana mais inclusiva e menos preconceituosa. É uma proposta de mudar a língua falada e escrita para atender aos tempos “pós-modernos”  identitários, em momento  de progressiva manifestação de formas sociais de se relacionar, afetiva e sexualmente. Como toda ação social provoca reações e colateralidades, há que refletí-las.

Moralidades religiosas

Natural as resistências que todo processo social de mudança comportamental implica, mormente quando toca fundo costumes e, com ênfase, dadas moralidades religiosas, sedimentadas no senso comum no que ele apresenta de mais Comum. O fato de seu núcleo duro ser conservador e reduzir indiscriminadamente o gênero neutro à esfera psiquiátrica, não afasta importantes temas tais quais: a) a gradativa mudança cultural na qual divergências são assimiladas e resolvidas “por cima”, em termos de sociabilidade democrática, normalizando o “anormal” na proporção da reação com seus estigmas ; b) a possibilidade, revelada em muitos casos, de crescentes manifestações de oportunismo, exibicionismo, revoltas datadas e outros modismos, os quais não raro pode significar ,sim,  transtornos mentais. Há muitos outros casos exemplificativo de pressa e exageros desnecessários ao interessado e a parcelas da sociedade nas desprovidas de parcelas de verdade em seus juízos morais.

É natural vestir ou adaptar crianças à outro estatuto de gênero não binário tão precocemente, como o fazem muitos pais e escolas de “vanguarda”? Ou sujeitá-los à cirurgias para mudança de sexo? Mas há problemas existenciais outros a engrossar a complexidade identitária.

Heteronomia

É reconhecida a regressão social em curso. Ela é mais ampla e geral, abarcando binários e não binários. Às heteronomias confluem outros vetores de crise específicos aos não binários, ampliando e potencializando distúrbios psíquicos específicos aos concernidos àquela situação. O medo e a insegurança é mundial, produzindo certa paralisia cifnitivo-afetiva. É o que dizer dos ruídos, curtos-circuitos e panes na comunicação social da convivência social que se pretende plural. É de se indagar sobre o que soma, o que divide e o que deriva nas colateralidades dos reconhecimentos.

A novidade causa, e causa mais quando se trata de adequar a linguagem formal de dada língua diante de múltiplas falas um tanto – e ainda amplamente fictícias, pois tipicamente localizadas, ou fora da fluência em restritos grupos pressupostamente interessados na legalização de multivariadas subjetividades em profusão.

A exclusão e o repúdio histórico da parte das tribos morais dominantes tende a estimular as forças não binárias a um movimento inicialmente centrífugo, com uma preliminar defesa de identidade genérica nos termos de esprit de corps cujo elo é o do sufoco dos que se sentem excluídos capaz de gerar a crença na mudança. Dessa quase segunda tradição convertida em subespécie de segunda religiosidade que as une, advêm as forças centrípetas por afirmação da complexidade – e das suas contradições que acompanham as radicais desagregações ínsitas nas diferenças que a diversidade LGBTQIAP+ carrega na medida em que ganha territórios (imaginário e simbolicamente).

A esses movimentos recorrentes de agregação/desagregação dos movimentos não binários há se observar um fator que acompanha as lutas por reconhecimentos, obstando-o em parte. Refiro-me ao sentimento real de repulsa (mesmo nas famílias que convivem com os seus não binários): a naturalização apressada (e incompreensivelmente eleitoreira) dessa construção social, a cargo dos setores autorepresentados como progressistas.

Essa naturalização não é nem poderia ser pacífica, principalmente numa sociedade tardia ou semiperiférica como a nossa, pois nela colidem legítimos e confusos desejos modernos e pós-modernos em plena positividade do arcaico ou pré-moderno.

Gui Lopes Teixeira, Bryanna Nasck e Júpiter Coelho, respectivamente, são pessoas não-binárias – Foto Aquivo pessoaç/Reprodução Instagram

O pré-moderno (ou tradições arcaicas) não se encontra fora do indivíduo não binário. Este ser, sendo social, transita em várias esferas da vida, interagindo com suas próprias estórias biográficas e culturas nas quais semelhanças e dessemelhanças se encontram e se desencontram. Mas nossa evolução truncada sobrepõe e/ou mistura situações pré-modernas com outras, modernas e pós- moderna. Os identitários também vivenciam, diferencialmente, essa transmodernidade esdrúxula.

Dessa condição ornitorríntica de nossa cultura reforçam-se as nítidas aversões à referida naturalização de novos comportamentos, auto representados, sim, no limite das lideranças mais apaixonadas, como evolução social no sentido de progresso. Aversões ao que o senso comum no seu Comum (conscientemente ou não) toma como ocorrência duplamente antinatural. Elas povoam milhões de cabeças conservadoras, mas não somente nelas.

O diferente não é somente uma situação de constrangimentos na busca do Sol ou do medo de perdê-lo,  mas pavor do Sol dos não binários formarem uma estrela com maior grandeza que a antiga, impedindo-os e desafiando-lhes a conhecer outras praias no verão das subjetividades .

No caso brasileiro a demanda de gênero neutro depassa a modernidade, na medida em que  aqueles pleitos não binários situam-se em terrenos históricos sequer consolidados em termos de modernidade jurídica e política. A carruagem “pós” colocada à frente dos bois pré-modernos atravanca outros reconhecimentos, explicitando o desgastante choque político que é a hercúlea desconstrução de crenças consolidadas em práticas centenárias, cimentadas em instituições como a família e a religião. Mas os antolhos a todos servem.

Mesmo o Estado e o mercado são alérgicos às insurgências aceleradas da cultura, sem um tempo adaptativo de definir nas “novas mercadorias” o que é valor de troca e valor de uso. O Brasil não binário não é aquele paraíso de parte da Paulista dos yuppies gays. De outra parte, o estado é o mercado, melhor, a política e a sociedade exigem no que melhor possuem de racionalidade normativa, um tempo institucional mais lento capaz de filtrar, assimilar e fixar minimamente no imaginário social, algo civilizatório.

O algo civilizatório não é uma abstração, mas possibilidade de integração social para além dos restritos nichos de alta sociabilidade restrita, inegável
nos grandes centros urbanos. Daí decorrem incontornáveis confrontos – explícitos ou dissimulados entre as tribos dominantes de heteros – em qualquer canto do mundo, e não binários. Mas a conflituosidade é seletiva e em boa medida supraclasses sociais, atravessando o Nordeste religioso e machista tão caro a Lula como no Sul, ou com maior evidência o estado de SC, elitista e reacionáro, no qual três entre quatro eleitores são bolsonaristas. Mas há outras pedras no caminho LGBTQIAP+.

Curiosamente, os conflitos entre os identitários também vão se tornando corriqueiros, diante do crescente leque de singulares subgrupos ou substratos aleatórios, beirando uma guerra fratricida. Sim, verdadeiras guerrilhas tribais vêm ocorrendo nos campos de cada letrinha da sopa dos indivíduos agrupados e subgrupados no gênero neutro, em acirrada disputa: por territórios simbólicos e físicos; por definições culturais e éticas quanto à sua especificidade inclusiva e de partilhamentos no trabalho e fora dele;  mas também quanto aos alcances de suas condições e propostas de viver o politeísmo afetivo-sexual em todas as suas imbricações sociais (na política como na família, em suas relações interculturais). Há que se compreender a condição identitária no interior das suas várias lutas de classes, subclasses. Elas são tortuosas e demarcadas em solos outros abaixo do que nela se toma como uma evidência supra classes.

Não entro neste pequeno artigo nas consequências  das céleres mutações presentes na progressiva e complexa pauta de  gênero não binário, com questionamentos da ressignificação da semiologia da estrutura sexual-afetiva dominante até a metade do século passado, diante do leque  atualizado da nomenclatura (ver Google) para a última versão das letrinas LGBTQIAP+. Há muito mais que a nova nomenclatura representa: lésbicas; gays; bissexuais; transgêneros; queer; intersexuais; assexuais; pansexuais. Há se conhecer o conceito de siglas naquele glossário LGBTQIAP+ , distinguindo identidade de gênero, sexualidade, orientação sexual e expressão de gênero*** , o que torna mais difícil o agrupamento ou aproximação da identidade identitária entre diferentes cada vez mais diferenciados (social e culturalmente) e nos quais as reservas de interesses (e empoderamento) tornam-se porosas ou rotas, dependendo do caso. Entre o centrífugo e o centrípeto aos quais nos referimos residem os limites e alcances dos movimentos não binários.

Mas há problemas outros, e não me refiro ao fato desse tipo de linguagem poder ser prejudicial a grupos específicos da sociedade, como salientado em projeto de Lei em curso. Por exemplo, pessoas com dislexia e autistas, inibindo o processo de entendimento gráfico, bem como os deficientes visuais, que após o longo e árduo processo para redescobrir a leitura através do sistema Braille, além de programas e aplicativos que perderão a eficiência dada a incompatibilidade em pronunciar algarismos sem qualquer padronização ou fonética gramatical. Os buracos podem ser mais em cima.

Mark Lilla – Foto Arquivo pessoal

Eles parecem pertinentes menos por legitimidade  inequívoca diante de odiosa exclusão social e violência ampliada que acompanha indivíduos não binários, mas por força do deletério. A emergência do pluralismo de vivências afetivas enseja (como demonstrado por Mark Lilla “O progressista de ontem e o do amanhã: Desafios da democracia liberal no mundo pós-políticas identitárias”) reiterados absurdos do ser diferente por condição ou escolha. No nosso caso é evidente que a forçada inclusão de não binários na pauta dos direitos humanos de gênero e a apressada guinada linguística pretendida, sem a correlata dinamização e harmonização possível com a deficitária pauta de outros direitos humanos vitais, tais quais saúde, educação, segurança, trabalho, tenderá a produzir dois efeitos perversos: a) a despotencialização da luta mais ampla dos trabalhadores, com paralisia para  repensar a superação das políticas reparadoras de danos na direção de políticas igualitárias. É sabida a divisão que igualitários causaram nas lutas sociais mais amplas, contribuindo ainda mais para a fragmentação e divisão dos trabalhadores, e o que parece mais grave; b) a colaboração para a desconstituição da linguagem política operada pela reforma do nosso léxico, pois que as mudanças não contribuem senão para bloquear a comunicação social mais ampla, da parte dos interessados, mais iletrados, hidratando os ventos ultraconservadores neoliberais. Estes não são necessariamente reacionários em todas as esferas da vida, mas tenderão a seguir, com certa legitimidade,  as bandeiras moralizantes da extrema direita.

O Todos é maior e abarca o Todes.

________
* Edmundo Lima de Arruda Jr (12.2.23).

**  Com a substituição dos artigos feminino e masculino por um “x”, “e” ou até pela “@” em alguns casos. Assim, “amigo” ou “amiga” virariam “amigue” ou “amigx”. As palavras “todos” ou “todas” seriam trocadas, da mesma forma, por “todes”, “todxs” ou “tod@s”, transformando em boa medida a linguagem como a aprendemos.

***Mais uma vez o Google nos salva e abuso do leitor reproduzindo-o alguns tópicos pertinentes ao artigo.

Identidade de gênero

É a forma que a pessoa se entende como um indivíduo social, ou seja, a percepção de si.

Expressão de gênero

É como a pessoa manifesta sua identidade em público, a forma como se veste, sua aparência (corte de cabelo, por exemplo) e comportamento, independentemente do sexo biológico.

Sexualidade

Está relacionada à genética binária em que a pessoa nasceu: masculino, feminino e intersexual.

Orientação sexual

Tem a ver com a prática de se relacionar afetiva e/ou sexualmente com outros gêneros. Em um ciclo natural, essa descoberta acontece entre a infância e o início da adolescência, mas, por preconceito e discriminação, ela pode ser bloqueada e até mesmo negada, estendendo-se para a fase adulta.

LGBTQIAP+

Qual o significado de LGBTQIAP+?

Esclarecidos os pontos acima, conheça algumas das definições contidas na sigla LGBTQIAP+ a seguir.

Mas saiba que, independentemente de todos os nomes e significado atribuído ao glossário LGBTQIAP+ que você conhecerá mais a fundo, o importante é respeitar a nomenclatura com a qual a pessoa se identifica e como ela se autodenomina.

Lésbica

Dentro do glossário LGBTQIAP+, lésbica é um termo que pode ser definido como aquele que designa pessoas do gênero feminino que sentem atração sexual e/ou afetiva por pessoas que também são do gênero feminino.

É possível ser lésbica e não-binária?

A não-binaridade habita um guarda-chuva maior que é o da transgeneridade. No entanto, algumas pessoas que nascem com o órgão sexual atribuído ao gênero feminino não se identificam com essa feminilidade, mas também não se identificam com a masculinidade tradicional cis.

Por esse motivo, não conseguem se considerar um homem trans, mas sim uma pessoa não-binária com características que a afastam do feminino e a aproximam mais do masculino.

O termo ‘’lésbica’’ entra nessa bagagem de características quando a pessoa tem atração sexual e/ou afetiva por pessoas do gênero feminino.

Isso porque, o que é considerado ‘’normal’’ pela sociedade é que pessoas com características masculinas se relacionem com pessoas com características femininas.

Portanto, é possível sim e é uma nova construção de identidade de gênero.

Gay

O termo em seu significado mais puro, remete de forma geral à pessoas que sentem atração sexual ou afetiva por pessoas do mesmo gênero, ocupando esse lugar no glossário LGBTQIAP+.

No entanto, também é comumente usada para definir pessoas do gênero masculino que se relacionam sexual e afetivamente com pessoas também do gênero masculino.

Bissexual

Bissexual

O B do glossário LGBTQIAP+ representa uma pessoa que se relaciona sexualmente, afetivamente e emocionalmente com pessoas do gênero feminino e masculino.

Qual a diferença entre bissexual e pansexual?

A grande diferença entre a pessoa de orientação sexual bissexual e pansexual é o fato de que a primeira só sente atração pelo gênero feminino e masculino, enquanto a segunda sente atração por pessoas de todos os gêneros.

Transgênero

O T no glossário LGBTQIAP+ representa quem se opõe, que TRANSgride e TRANScende a ideologia heterocisnormativa imposta socialmente. Pessoas que assumem uma identidade oposta àquela atribuída socialmente de acordo com o órgão sexual que nasceu ao gênero que nasceu, que sentem-se pertencentes ao gênero oposto do nascimento.

Uma identidade ligada ao psicológico e não necessariamente a do físico, pois nestes casos pode haver ou não uma mudança fisiológica para o bem-estar da pessoa.

Depois de 21 edições, a cantora Linn da Quebrada é a primeira travesti a participar do Big Brother Brasil – Foto Reprodução/TV Globo

Qual a diferença entre transgênero, transexual e travesti?

Como dito anteriormente, transgênero é toda pessoa que transcende ou transgride o gênero atribuído socialmente ao seu órgão sexual, sendo o guarda-chuva maior que abriga outras identidades de gênero.

No caso da pessoa travesti, o termo pode ser usado para descrever uma pessoa que nasceu no gênero masculino, mas se entende pertencente ao gênero feminino, porém não reivindica a identidade “mulher”.

Já a pessoa transexual além de não se sentir pertencente ao gênero atribuído socialmente ao seu órgão sexual, sente a necessidade de fazer uma transição também biológica.

Não-binárie

O termo não-binárie também entra no glossário LGBTQIAP+ como parte de um guarda-chuva maior que é o da transgeneridade. O não-binárie sente que seu gênero está além ou entre a convencionalidade de homem ou mulher e pode defini-lo com outro nome e de maneira totalmente diferente.

Gênero fluido

O gênero fluido é uma identidade de gênero que está dentro do espectro não-binárie, ou seja, que não possui reconhecimento e expressão dentro da ótica binária de homem ou mulher. Sua maior característica é o fato de existir uma fluidez que transita entre uma identidade ora feminina, ora masculina ou a mistura das duas.

Queer

Ao pé da letra, a palavra significa estranho e sempre foi usada como ofensa a pessoas LGBT+. No entanto, a comunidade LGBTQIAP+ se apropriou do termo e hoje é uma forma de designar todos que não se encaixam na heterocisnormatividade, que é a imposição compulsória da heterossexualidade e da cisgeneridade.

A bandeira que simboliza pessoas intersexo é amarela com um círculo roxo no meio – Foto Reprodução

Intersexual

Já o I do glossário LGBTQIAP+ é de Intersexual. Termo usado para se referir a pessoas que nasceram com características biológicas que englobam tanto o gênero feminino quanto masculino.

Essas características podem estar presentes em alterações hormonais e também nas genitálias.

Qual a diferença entre intersexual e hermafrodita?

Hermafrodita é um termo de cunho biológico para falar de seres que possuem anomalias sexuais. Sem qualquer consideração social, é considerado um termo pejorativo que deve ser evitado.

Agênero

O A do glossário LGBTQIAP+ representa, entre outras identidades, a da pessoa que tem identidade de gênero neutra, não se identificando com o binarismo comumente conhecido pela sociedade que se resume ao gênero feminino ou masculino.

Portanto, agênero não é uma categoria de gênero e sim de identidade..

Qual a diferença entre agênero e não-binárie?

Basicamente, as pessoas agênero são parte do grupo de pessoas não-bináries, que é uma categoria mais abrangente que engloba outras identidades de gênero que também não se enquadram no aspecto binário do gênero.

Andrógino

Pessoa que possui tanto em suas características físicas quanto de expressão, características que englobam tanto o que é considerado masculino como feminino. Isto é, seja em aspectos da aparência ou nas vestimentas e estilo, a pessoa possui características dos dois gêneros.

No entanto, é muito importante lembrar que essas pessoas não são necessariamente aquilo que a ciência biológica define como ‘’hermafrodita’’, pois são grupos distintos.

Bandeira Assexual

Assexual

O A do glossário LGBTQIAP+ também representa pessoas assexuais, que são aquelas que não possuem atração sexual por outras pessoas, independente do seu gênero.

É um termo ainda em construção e que abriga um espectro grande, pois não necessariamente todas as pessoas não possuem atração sexual, como no caso dos Demissexuais que só a desenvolvem quando há uma conexão íntima.

Posso ser assexual e me apaixonar?

Sexualidade e afetividade são coisas que andam separadas. Não sentir atração sexual por outras pessoas não impede o desenvolvimento afetivo, portanto é totalmente possível ser assexual e ter uma vida romântico-afetiva ativa.

No entanto, existem também os assexuais arromânticos, que além de não sentir atração sexual por outras pessoas também não conseguem se envolver afetivamente. Vale lembrar que apesar de incomum, a assexualidade não é um fenômeno patológico.

Pansexual

O P do glossário LGBTQIAP+ representa a pessoa que tem atração sexual ou romântica por todas as identidades de gênero, inclusive as que não pertencem ao campo convencional do masculino ou feminino.

Crossdresser

O + dentro do glossário LGBTQIAP+ engloba o crossdresser, um termo emprestado da língua inglesa, que expressa a prática de pessoas que têm como parte da sua expressão no dia a dia o hábito de usar peças de roupa do gênero oposto.

Drag queen

Drag Queen/King

Drag Queen ou Drag King são termos utilizados para descrever pessoas que tem como forma de expressão artística o gosto e o hábito de se produzir com características marcantes do gênero oposto para atividades performáticas.

Não é em si uma identidade de gênero, pois essas pessoas podem fazer parte de qualquer identidade, sendo, na verdade, um movimento artístico-cultural.

Qual a diferença entre drag queen e drag king?

O termo Drag Queen diz respeito à produção performática que tem como inspiração o gênero feminino e Drag King uma produção performática que tem inspiração no gênero masculino.

Cisgênero

Pessoa que considera que sua identidade de gênero como indivíduo que está de acordo com a identidade de gênero .

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