LGBTFobia – STF restaurou os valores ocidentais

O STF criminalizou a LGBTFobia por 8 x 3 e se somou a um processo de resgate do Ocidente, que é tendência em muitos países dos hemisférios Norte e Sul. Mesmo que involuntariamente.

O paradigma judaico-cristão que se tenta proteger desde as Cruzadas, a bem da verdade, chegou importado ao Brasil pelas grandes navegações, tendo sido antes exportado para a Europa de culturas do Oriente Médio. Deveríamos tratá-lo, por suposto, como alguns propõe fazer com os imigrantes atuais?

É claro que não, pois a verdadeira fundação do Ocidente foi outra, pelas mãos da Macedônia grega de Alexandre, o grande, da cultura helenística baseada na mistura de raças e credos. A fonte que, por volta de mil anos depois, foi insumo do Iluminismo, mas este já era uma simbiose com os valores e representações orientais aplicados na Idade Média.

Alexandre foi o maior gênio militar de todos os tempos, impondo-se do Punjab a Gibraltar. Só parando na Índia, herdeira dos pacíficos impérios do vale do rio Hindu, devotos dos Vedas, segundo os quais a natureza humana não precisa de salvação, mas descobrir sua origem divina por meio do autoconhecimento, autolibertação e bem-estar geral.

Mas Alexandre também foi o maior LGBT da história, inspirado e amparado por Heféstion, seu bem na paz e na guerra, a quem considerava parte de si próprio, como disse à rainha persa Sisi Gambis, que confundiu o segundo com o primeiro quando da batalha de Gaugamela. Quando Alexandre casou-se com Estatira da Pérsia, a irmã Drypetes esposou Heféstion e o casal, cujo legado até hoje, sustenta nosso mundo (tal qual a cabeça de Aristóteles, mentor de ambos), passou a ser de cunhados.

Quem salvou o Brasil de se tornar imagem e semelhança dos estados fundamentalistas foi o povo acorrentado nos navios negreiros, que produziu o milagre da fé da adaptação cultural aos postulados orientais judaico-cristãos. Afro-ocidentais, imbuídos no ethos helenístico, ainda que escravizados no Extremo-Ocidente.

A decisão do STF recoloca no lugar o fato de que o sexo foi a razão dos homo sapiens terem se multiplicado e chegado até estes segundos que ocupam no relógio cósmico, e não o indicador de sucesso de uma gincana pelo Reino prometido pelas antigas crenças do Oriente Médio.

Até porque a única verdade que se sabe a respeito é que somos todos poeira estelar, razão pela qual gente é para brilhar e iluminar a parte do universo que cabe a cada um, em vez de se preocupar com quem o próximo se deita.

As reações práticas à decisão do STF serão para todos os gostos. Empresas não contratarão homossexuais com medo de serem processadas, previu o presidente Jair Bolsonaro. Não poderão ser advogados quem cometeu o novo crime, disse a OAB.

Mas o fato é que a suprema corte ajudou a restaurar as tradições da comunidade Ocidental, que desde a Roma apostólica vem sendo desfiguradas.

Não se pode acusar o fundador do Ocidente, Alexandre, de ser de esquerda, conceito que só apareceria depois, e com muita forçação de barra, quando Espartacus e Jesus de Nazaré se insurgiram contra o establishment dos Césares do pão e do circo.

Sem diversidade não se vai a lugar nenhum. “Hobbits” e Neandertais, que desceram das árvores junto conosco, pereceram para esta nossa vantagem competitiva.

Amor ao próximo, liberdade de todos como condição para a minha própria e saber que ela termina onde começa a do outro são pilares pétreos. E que, no lugar da nova “guerra dos sexos” entre homos e heteros, venha a conquista de Marte.

Deixe seu comentário