Lembranças de Pyongyang I

Donald Trump, chairman and president of the Trump Organization and the founder of Trump Entertainment Resorts, waits to speak at a National Press Club Newsmaker Luncheon in Washington, DC, on May 27, 2014. AFP PHOTO/Jewel Samad (Photo credit should read JEWEL SAMAD/AFP/Getty Images)

Imagine a seguinte situação: seu país lança um míssil nuclear e você comemora, aplaude e fica eufórico ao ver imagens do presidente e militares festejando a imprudente sandice. Pensou que isso não existe? Pois existe sim. É a Coréia do Norte, a pequena nação que afronta o planeta exibindo um arsenal nuclear cujo alcance e poder de destruição ninguém, com absoluta certeza, é capaz de estimar. Uma nação onde nada é o que parece ser e onde os órgãos de propaganda do governo são os donos e senhores de toda e qualquer informação.

Líder norte-coreano, Kim Jong-un

Não fosse assim, em sã consciência qual seria o cidadão que sairia às ruas em festa, correndo o risco de desaparecer da face da terra nos segundos seguintes? Só as pobres almas norte-coreanas que convivem com essa longa história feita por ameaças de destruição aos EUA, à Coreia do Sul e ao Japão e que, agora, encontraram um oponente à altura da insanidade nacional.

Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos resolveu pagar para ver o que acontece. Agora, ele que já vinha alimentando a tensão na Pensínsula com suas frases de efeito e as ameaças ao “homem foguete”, apelido que deu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, deu mais um passo para agravar a crise. Assim, hoje militares americanos e sul coreanos iniciaram um exercício militar conjunto com a participação de milhares de soldados.

China e Rússia pediram para que a ação, que acontece todos os anos, fosse cancelada, mas Seul e Washington decidiram manter o exercício, do qual devem participar 230 aeronaves e mais de 12 mil militares americanos. Os sul coreanos estavam propensos a concordar com o apelo dos vizinhos. Mas Trump quis manter a ação principalmente após os norte-coreanos terem lançado, na quarta-feira passada, um novo tipo de míssil, o Hwasong 15, que, segundo eles dizem, pode atingir todo o território continental dos Estados Unidos.

Analistas e especialistas em tecnologia militar consideraram que o teste mostrou o avanço de Pyongyang. Entretanto, consideraram que provavelmente o teste fora feito uma ogiva leve e que com uma ogiva nuclear mais pesada o míssil teria dificuldades para chegar tão longe. Pelo sim, pelo não, as sirenes de ataque nuclear instaladas no Hawai, que não soavam desde a Segunda Guerra, voltaram a tocar.

E do outro lado do Pacífico, o jornal estatal norte-coreano, o único que existe no território, reclamou: “É uma provocação aberta, em todos os níveis, contra a Coreia do Norte, e deixa a região à beira de uma guerra nuclear”. Mas, ainda assim, os norte-coreanos continuaram comemorando.

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