A batalha para vencer a eleição de 2022 à Presidência da República coloca, definitivamente, a necessidade de uma reflexão madura e profissional sobre o futuro da democracia brasileira.
O Grand Prix Palácio do Planalto 2022 será uma réplica das eleições americanas de 2016. E o problema não era apenas que as pesquisas e analistas não conseguiam enxergar que o eleitor de baixa renda votaria no republicano Donald Trump. O país não estava apenas dividido, estava fraturado.
Entre os apoiadores de Jair Bolsonaro em 2018, a vitória do parlamentar lunático foi semelhante a uma revolução, um mandato entregue em massa pelos eleitores da classe trabalhadora manipulados pelas redes sociais.
O PT cavou a própria sepultura
Os tarimbados jornalistas que cobriram a administração do PT no Palácio do Planalto experimentaram uma série de emoções. Lula e seus companheiros os deslumbraram e os enojaram. Mas agora eles o estão mistificando.
O terceiro mandato é considerado amaldiçoado, quando políticos populares desaparecem ou falham. No entanto, historiadores e políticos veteranos dizem que os terceiros mandatos nunca são um encanto. São um inferno.
O que mais assusta o mercado americano é a presunçosa certeza de Lula de sua própria virtude ao se tornar ganancioso e como isso é típico de tantos liberais chiques que parecem não perceber sua própria ganância.
Dirigentes do PT deixaram a peteca cair
Depois de perder para um desequilibrado mental que irá cair como uma das forças mais destrutivas da história brasileira e jogar o legado do “lulismo” pelo ralo, isso é delirante.
Os líderes petistas se recusam a ser descartados. Durante meio século, foi seu projeto conjunto estar no centro da cena pública e do debate. A maneira como a coisa toda desabou na gestão da presidente Dilma Rousseff – apelidada de “Sarah Palin dos Trópicos” nos Estados Unidos – é muito difícil para eles suportarem. Eles gostariam de reescrever o final, mas não há como fazer isso.
Nada que tenham feito recentemente sugere que tenham aprendido alguma coisa.
Os petistas ainda não conseguem se responsabilizar por terem pavimentado o caminho para os lunáticos chegarem aos Três Poderes.
O metalúrgico semianalfabeto que dominou seu partido por mais de quatros décadas está em campanha pelo Brasil em uma bolha, surpreendentemente inconsciente.
Sua necessidade patológica de ser relevante no Planeta Bolsonaro é desmentida por diversas pesquisas eleitorais, onde os anêmicos números testemunham a passagem de sua relevância. É bom lembrar que menos de duas semanas antes do dia da eleição de 2016, Hillary Clinton mantinha uma clara vantagem nas pesquisas e parecia que sua campanha estava tentando aumentar o placar – exatamente quando a corrida estava prestes a virar de cabeça para baixo.
Em retrospecto, no entanto, o Grand Prix Casa Branca 2016 nunca foi tão estável quanto parecia. Uma disputa apresentando os dois candidatos mais impopulares na história da campanha presidencial moderna tornou o terreno político instável – e mais suscetível a mudanças repentinas. As eleições do ano que vem no Brasil devem ter o mesmo destino. A maioria dos eleitores rejeitam os dois líderes das pesquisas.
O vencedor das eleições presidenciais receberá um país de cabeça para baixo.
Herança de Lula
Em caso de derrota no ano que vem, Luiz Inácio Lula da Silva terá um capítulo na história brasileira. Ele talvez seja lembrado, acima de tudo, por sua política de combate à fome. Mas, impulsionada de forma inédita do próprio Palácio do Planalto, essa política levou, comida, educação e esperança para os famintos do Oiapoque ao Chuí.
Há anos se diz que as campanhas esperam o inesperado. Mas nas próximas eleições presidenciais no Brasil os petistas não esperam o inacreditável.
Há uma linha tênue entre criar esperanças no líder que você promete ser e as consequências políticas de não cumprir essa promessa.
Mas a introspecção nunca esteve ao alcance dos “petistas” e muito menos dos “bolsonaristas”.
É uma pena.
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