Os pais, familiares, amigos e vizinhos de brasileiros que vivem ilegalmente nos Estados Unidos podem enfrentar um grande problema: tomar conhecimento da vida real que os filhos da pátria de Flávia Schilling levam na terra do Tio Sam.
Eles não conseguem captar os sinais de que as coisas estão fora dos trilhos da normalidade.
A moeda norte-americana não dá em árvores.
Um dos principais sinais é a “fortuna” que os filhos fazem mensalmente no solo americano. Os salários do mercado de trabalho nos Estados Unidos estão perdendo o poder de compra.
A imprensa brasileira já abordou a renda das go-go girls nas casas noturnas americanas. Uma garota ganha, em média, US$ 2.000,00 por dia – um salário mensal de US$ 24.000,00 (cerca de R$ 72.000,00). Elas contam aos pais e amigos que trabalham como garçonetes em restaurantes de primeira linha.
O tráfico de drogas é outra realidade. Muitos imigrantes ilegais, que vivem sem laços familiares nos Estados Unidos, recebem com freqüência convidativas ofertas de trabalho, ao menos quanto às quantias anunciadas.
Os salários pagos pelo tráfico chegam à casa dos US$ 30.000,00 mensais (cerca de R$ 90.000,00). Um lavador de pratos em Miami recebe US$ 1.000,00 por mês.
O culto ao dinheiro faz com que imigrantes ilegais ingressem no narcotráfico, esquecendo o que é certo ou errado, redesenhando a escala de valores e até em certo grau aplicando a Lei de Gerson. Prostituição é outra face da realidade do mundo em que estrangeiros ilegais vivem em território americano. Nenhuma novela das oito consegue retratar o mundo real em que esses imigrantes vivem, feito de trabalho escravo, desrespeito, humilhação.
A maioria dos trabalhadores sem documentos têm uma vida árdua, dura e incerta. O dinheiro suado está sempre comprometido no pagamento das contas do mês anterior.
A história se repete no mundo em que vivem imigrantes ilegais: altos ganhos sempre têm um estreito relacionamento com o mundo do crime.