Sempre achei que o empresariado nacional não era sério, entretanto hoje tenho comigo que é pior do que achava. O lucro é importante, investem valores para ter retorno em mais valores. O que não pode é tornar lucro a mão no bolso do consumidor.
Em diversas ocasiões vejo as lojas das empresas de telefonia com imensas filas e pessoas, por vezes, agredindo atendentes que nada tem a ver com a péssima impressão do consumidor sobre as práticas de seus patrões. Muitas daquelas jovens atendentes e rapazes atenciosos não merecem o tratamento que recebem, no lugar de seus empregadores.
Eles são estrategicamente contratados para que as angústias populares não cheguem aos verdadeiros algozes do consumidor e criadores daqueles problemas.
Dentro da loja- muitas horas, é claro – ouvi a explicação de um jovem a uma jovem consumidora de que o problema dela não estava na empresa telefônica e sim na empresa de aviação.
Quem cobra o tempo de duração da ligação para o O300 é a empresa de telecomunicações mas que recebe os valores é a empresa aérea, valores previstos num contrato entre ambas A moça reclamava sua conta triplicada por causa do item das ligações 0300. A quem reclamar? A empresa telefônica oferecia uma contratação com a empresa aérea e o consumidor era lesado em cada minuto da alongada espera pelo atendimento que, muitas vezes, nem viria a ocorrer.
E assim vivem as empresas aéreas nacionais que atendendo prontamente ao consumidor, a partir dali , todo o não atendimento é cobrado ao consumidor – e tome musiquinha.
Sempre desconfiava das empresas de relacionamento telefônico nos serviços de atendimento ao consumidor – famosos call centers. Ali naquela loja da Cia. Telefônica entendi tudo. As companhias aéreas lucravam com o mal atendimento. Será que não pode o Estado por um fim nisso? Poderia, o MPF, se não estivesse tão preocupado com seu próprio umbigo ou a Secretaria de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, se não houvesse tornado letra morta o Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008. O consumidor estava só. A via do Judiciário lenta e cara não seria um caminho, seria mais um sofrimento.
A GOL, por exemplo, cobra 6 reais no minuto para a chamada no 0300 e controlam as empresas de telefonia, porque controlam até quantos minutos o cliente gastou ligando para ela via 0300. Um amigo dirigente de empresa de telecomunicação disse-me que as empresas gostariam de acabar com isso mas não encontram apoio nem na ANATEL nem, na ANAC. Há pessoas que pagam chegam a pagar mais de 400 reais nesse item da conta telefônica e a bronca é com a empresa de telecomunicação.