Esse Bolsonaro, o OO, pai dos três zeros numéricos da filiação, cansou, encheu, irritou, desrespeitou, xingou, ameaçou, fracassou e chegou ao final da carreira política. Ainda não se foi. Falta um período, talvez suportável, no poder. Com muita paciência de milhões de eleitores arrependidos. As avaliações sugerem que ele não será reeleito, o que representa a maior derrota de sua vida.
O problema de sua inaceitabilidade eleitoral é o mesmo, salvo detalhes particulares, que enfrentam os demais candidatos à presidência da República. Todos, inclusive os mais famosos, estão desmoralizados perante os brasileiros. Mas eles, todos eles, obviamente, acham que dispõem de boas possibilidades de vitória.
Analistas falam em terceira opção, mas sugestão aproveitável não aparece de nenhum setor. Espera-se, sempre, que alguma novidade interessante apareça a tempo, no mercado eleitoral. O “centrão” seria outra alternativa, sempre lembrada. Tal grupo já foi formado em outros períodos de crise, mas não é muito confiável porque voltado para interesses próprios.
Portanto, os brasileiros tem várias opções, mas nada que prime pela qualidade, pela capacidade, pela dignidade. É consenso que um ano de fracassos, agressões e tentativas de golpes contra a democracia foi insuportável e não será mais permitido. Há limite também para os fracassos.
O Brasil ficou como há décadas atrás. Desemprego, fome, falta de educação, de saúde, habitação, insegurança generalizada. E o retorno da inflação, que não ocorria desde que foi liquidada no governo Itamar Franco, com o Real. Situação agravada pela insociabilidade de Bolsonaro e seu negacionismo crônico. O excesso dessa doença negativista é hoje apontada por cientistas como tendente a criar sérios problemas de saúde em seus cultores.
Os brasileiros sabem que precisam agir rápido para evitar o pior. Manter e vigilância contra tentativas de golpe do governante, e redobrar esforços para superar as dificuldades econômicas. O ministro da Economia, por exemplo, ainda não pôde fazer quase nada, atrapalhado pelas crises políticas. Não resolveram os precatórios, o dólar sobe, a chuva não chega, pode faltar energia. O presidente do Banco Central, preocupado com as altas do dólar e vendo a situação monetária piorar, admite novas dificuldades.
Os brasileiros, a classe empresarial e demais setores produtivos devem se dedicar à recuperação do país, com fontes confiáveis e produtivas. Caso contrário, um mestre em economia pela universidade de Chicago terá passado pelo governo em vão. Houve ministros péssimos, execráveis, mas alguns bons como na Agricultura, Infraestrutura e talvez outros. Além da qualidade do vice Mourão.
Admitindo-se que a ‘paz da Independência’ terá prosseguimento e a saturação com o presidente é efetiva, poderá o Brasil apostar em sua recuperação com a população trabalhando nesse sentido. E com o fim das agressões e xingamentos do capitão e vigilância sobre seus seguidores fascistóides que ameaçam as instituições.
Por enquanto a fera está acuada e encostou a motoca. Resta a esperança é um dito popular, mas não estimulante. Para quem se dispuser a trocar o Brasil por Portugal será uma saída histórica. Por falta de crença no futuro de cá e com esperança no de lá. Em termos de trabalho, família, segurança, saúde pública, educação, estabilidade econômica e social. Um milagre lusitano, estás a ver.
Muitos brasileiros já foram para Portugal e outros estão se organizando para imitar os pioneiros, informa-se nos dois países. Lá tem um presidente simpático que convive com a população amigavelmente, nas ruas, nas praias. Aqui tem um presidente grosseiro que xinga indiscriminadamente os brasileiros (as), autoridades ou não. Só palavrão pesado.
Atenção, Socorro, Sai de Baixo, Salve-se Quem Puder –
Cuidado mesmo. O Bolsonaro está voltando a se intrometer na administração do país, com seu estilo habitual de cacetada pra todo lado e desconhecimento dos problemas. Já xingou o prefeito do Rio, chamando-o de ditador; mandou aumentar a carga tributária do IOF e quer suspender a vacinação de adolescentes contra a coronavírus.
— José Fonseca Filho é jornalista