Desde o início do ano o país está sendo bombardeado. Enchentes, crimes, tiroteios e outros crimes e intempéries em várias regiões. Já tendo sobrevivido aos ataques do ano anterior, quase esquecidos mas que deixaram muitos estragos, mortes, desabamentos. A chance algo remota é melhorar a situação do país através das eleições, escolhendo um candidato competente, decente e trabalhador. Por que não acreditar? Porque todos eles já são conhecidos.
Vários Estados e suas populações foram atingidos por temporais, desabamentos e mortes, com perda total de seus bens, roupas, móveis e eletrodomésticos, carros, casas e os pertences de seus moradores. Difícil repor essa perda e superar o desencanto, a tristeza dos moradores. Não adianta, tampouco, maldizer a natureza. Mas sim criticar os administradores que não conseguem recuperar com eficiência as vias públicas e casas destruídas.
Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas Sergipe, praticamente todos os Estados foram duramente atingidos, e por considerável período. Centenas de mortes. Mas a recuperação é lenta. Há dez anos as áreas de Petrópolis destruídas continuam na mesma situação: recuperação praticamente paralisada.
Não há competência nem recursos dos governos e prefeituras locais para promover imediatamente a recuperação das áreas atingidas. É a demonstração da incompetência oficial. O país não está preparado para combater as enchentes e desastres naturais. Os executivos estaduais queixam-se da falta de verbas.
Parlamentares deveriam propor uma lei ao Congresso a redução do Fundo Eleitoral (R$ 4,8 bilhões) para a campanha eleitoral fossem aplicados na recuperação das áreas atingidas por desastres.
É possível que os candidatos à Presidência estejam mais preocupados com suas campanhas do que com o trabalho para recuperar as áreas destruídas, em tantas regiões. Os candidatos a governadores também. A situação que o país apresenta indica como ficaram os estragos e a população atingida após as tragédias.
Tiroteio com mortes nas favelas, acidentes fatais de trânsito são outros componentes da realidade brasileira com as quais os novos governantes terão de enfrentar.
Tais problemas são aqui abordados genericamente, mas devem ser avaliados com a seriedade devida pelos governantes e demais integrantes da alta administração pública e, principalmente, pelo povo na hora de votar.
Os barrancos desabam e arrastam as casas porque deixaram construir naquela encosta. Choveu muito no ano passado, porque a defesa civil não se preparou para o ano seguinte? Houve revisão efetiva nas rodovias atingidas?
Prevalece na população e nas classes esclarecidas a sensação de que a administração pública no Brasil é incompetente e desarticulada. Tanto na assistência médica às vítimas como na execução das obras de recuperação.
José Fonseca Filho é jornalista