Empreendedores seriam melhores no governo do que os politiqueiros

O Carnaval e a política. Foto Orlando Brito

É grande o número de candidatos à Presidência. A população ainda não parece apaixonada por nenhum deles, exceto o Lula, no topo das preferências. Ele baterá o recorde mundial, se for eleito. Será Chefe do Governo por cinco mandatos. Duas vezes ele se elegeu, sempre por boa margem. Outras duas vezes ele foi representado no governo por sua discípula Dilma.

No final a Dilma queria ficar ainda mais afastada do que seria a obrigação do cargo – governar – e convidou Lula para ser seu chefe da Casa Civil. Espécie de primeiro ministro tupiniquim. Antes do sonho se concretizar surgiu o juiz Moro, hoje também candidato à Presidência, e colocou no ar, para todo o Brasil, via satélite, a transmissão ao vivo da Dilma ligando para convidar o Lulalá para ir para lá. Ajudá-la, talvez. Substituí-la na prática, melhor dizendo.

Foi o primeiro ato da campanha de Moro à Presidência, quando passaria antes por um estágio trabalhando no governo Bolsonaro. Este, todos já sabem, é o outro candidato que corre o risco de se eleger. Muita gente gosta do fascistóide. Durante uma breve prisão decidida pelo Moro – juiz que manda prender e a justiça solta – Lula ocupou-se de organizar sua campanha e programa de governo na prisão.

Nesse meio tempo, um sítio e um tríplex de mau gosto desapareceram misteriosamente da geografia de São Paulo. Lula sempre disse que esses imóveis eram invenção dos adversários. Hoje, Lula e Bolsonaro estão disparados na frente da corrida presidencial. Os demais estão com perspectiva de votação medíocre. A cada eleição os tipos de candidatos são os mesmos: políticos. E os políticos, reconhecidamente, não são personagens dedicados a grandes realizações. São mais de discursos, falatórios, discussões.

O setor mais dinâmico de todas as sociedades é a livre iniciativa. Empresários dedicados aos empreendimentos, responsáveis principais pelo desenvolvimento de uma comunidade. Com risco próprio. O Brasil é rico em personalidades desta categoria. Eles são dedicados aos objetivos do desenvolvimento econômico e, em consequência, o social. Assim se desenvolvem os países, estados, municípios, aumenta a oferta de empregos e o avanço social.

O empresariado brasileiro receia a política e seu envolvimento na atividade. Preferem continuar trabalhando. Poucos disputam mandatos eletivos. São eles que estão construindo o Brasil. Poderiam, contudo, se arriscar no ramo e provocar uma renovação na administração pública nacional, que obteria mais dinâmica e crescimento.

O empresário Antônio Ermírio de Moraes – Foto Orlando Brito

Há tempos houve uma experiência que poderia ter sido extraordinária. O empresário Antônio Ermírio, de Moraes, dono do grupo Votorantim, um dos maiores do país, aceitou ser candidato ao governo de São Paulo, pelo PTB. Aos domingos Ermírio trabalhava na administração do Hospital da Beneficência Portuguesa, e ajudava outas entidades filantrópicas, destacando-se como humanista.

Surgiu assim oportunidade para uma grande administração no Estado. Porém, de lá para cá nenhuma outra surgiu, ao menos com esse nível de expectativa positiva. A vida de Ermírio era a família e o trabalho. O apoio de grandes setores da população paulista não adiantou. Foi derrotado nas urnas. Perdeu para um politico que não gozava de bom conceito: Orestes Quércia (PMDB).

E assim o Brasil continua sob o mandato dos políticos, numa vida modorrenta. Desempregados, inflação, corrupção, violência, pobreza, desamparo da população.

O Brasil precisa de outra reforma urgente que só um governante corajoso e competente poderá realizar. Estimular mais o setor privado, o empreendedorismo, e colocar nos trilhos o modelo de funcionalismo público que subsiste por aqui. Prevalece a vantagem do serviço privilegiado, salários disformes entre os baixos e outros acima da média do mercado. Há favorecidos. Aposentadorias cavalares. E a eterna chantagem da greve: descontentes, paralisam o serviço.

Assim o Brasil não melhora nem avança. E dá na situação que estamos vivendo agora. Dois candidatos, seu Lula e seu Bolsa, ambos fraquíssimos na moral e na competência, praticamente disputam sozinhos os votos para a Presidência da República. Os dois se odeiam. Um foi sindicalista, o outro soldado raso.

Os eleitores brasileiros esclarecidos sabem muito bem que de todos os candidatos que pululam por aí nenhum possui qualidades para ser um bom presidente. Por isso eles próprios e os demais políticos mantiveram na Constituição a obrigatoriedade do voto. Algo que uma verdadeira democracia não poderia aceitar. É um ato de força.

José Fonseca Filho é jornalista

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