O Brasil poderia estar bem mais desenvolvido, econômica e socialmente. Isso é sabido e reconhecido por todos. Inclusive acabado com o analfabetismo. Restam ainda 11,3 milhões de analfabetos. Falta saneamento básico para metade da população, saúde pública e segurança. Chega de matar crianças nas favelas. Talvez só a corrupção não acabe nunca. Ela tem o dinheiro, a ganância desenfreada, como estímulo principal.
Há um governo recente em andamento, mas que não se revela inovador nem produtivo. Seu comando é briguento e estabanado, além de ter apresentado ao público figuras lamentáveis, na área ministerial. Certamente havendo exceções positivas, no caráter e na competência. Afinal, o país merece alguma atenção de seus governantes.
A mudança de estilo foi se impondo, não necessariamente aceito. Em pouco tempo dois novos grupos pretensamente políticos apareceram , na realidade radicais desocupados e sem princípios. Surgiram nas ensolaradas manhãs dos domingos brasilienses, com exibições ridículas em frente ao Palácio do Planalto. Até o presidente parece que tomou vergonha de participar e fez forfait nos últimos shows.
O grupo mais ativo e radical pode ser claramente considerado como neo-fascista ou neo-nazista. Assim como o país evolui pouco na economia e no campo social, na política também vacila. O Brasil e sua população assustada começa a perceber uma disputa política improdutiva que nenhum avanço trará ao país.
O outro grupo é integrado pelos neo-esquerdistas e os neo-comunistas . Países comunistas hoje são raridades. O odiado capitalismo sobrevive e a democracia-social tenta avançar, principalmente na Europa. O Brasil continua incerto em seu rumo: voltou a disputa entre a esquerda e a direita, com novas facetas.
Com isso, enquanto a maioria dos países lutam pelo desenvolvimento e a superação de seus problemas, o Brasil se arrisca a ver uma disputa interna de caráter ideológico se agravar. Sem proveito para a população e com a possibilidade de manifestações e choques violentos nas ruas.
Os neo-direitistas tem sido mais agressivos, contando com a vista grossa do governo e algumas participações oficiais. Consta haver um articulador, ou guru do movimento. Ele não gosta do Brasil e foi viver nos Estados Unidos, onde se dedica a escrever livros sectários e xingar adversários. O tal Olavo não poupa nem o Presidente. É uma espécie de Goebbels tupiniquim.
Os neo-esquerdistas são egressos de um segmento de lideranças históricas do antigo partido comunista, engrossado por seguidores de Lula, Dilma e setores sindicais e de ruralistas tendentes à radicalização. Hoje são pouquíssimos os países de regime comunista, que antes dominava grande parte do mundo. No mausoléu da Praça Vermelha, em Moscou, Lenine jaz embalsamado desde 1924. Ele não testemunhou seu sonho crescer e décadas depois se extinguir.
— José Fonseca Filho é jornalista