É simplesmente inacreditável que partidos políticos corram atrás do faz-tudo da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, oferecendo uma legenda para que possa disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro nas eleições deste ano. Queiroz ficou conhecido nacionalmente depois que o esquema de “rachadinha” do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, o filho 01, na Assembleia Legislativa do Rio, veio à tona.
Responsável por coletar o dinheiro dos colegas de gabinete e repassar os valores ao chefe diretamente ou pagando as contas pessoais da família, Queiroz chegou a ter a prisão decretada, se escondeu na casa do advogado Frederick Wassef, em Atibaia, mas graças ao ministro Gilmar Mendes (sempre ele), conseguiu uma habeas corpus que o livrou da prisão.
Além das rachadinhas no gabinete de Flávio, Queiroz também costumava fazer depósitos para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Até agora foram contabilizados R$ 89 mil, nunca explicados nem por ele e nem por ela. Aliás, nem o presidente Bolsonaro deu qualquer explicação para esses valores terem sido rastreados na conta da sua esposa. Apesar de todos esses escândalos, quatro partidos políticos já buscaram contato com o ex-policial.
A revelação foi feita pelo próprio Queiroz ao jornalista Guilherme Amado do portal Metrópoles. De acordo com a notícia, publicada nesta quinta-feira, na semana passada, Queiroz esteve em Brasília para se reunir com a presidente do PTB, Graciela Nienov.
A negociação com o PTB – Getúlio Vargas deve tá dando cambalhotas no túmulo – terá continuidade na próxima semana quando o ex-assessor do filho 01 irá se reunir com o presidente do PTB no Rio de Janeiro, Marcus Vinicius Vasconcelos.
“Ainda não tem nada certo, mas ainda bem que as pessoas estão vindo me procurar e eu tenho espaço e oportunidades”, disse Queiroz. O mais grave é que há grandes chances de o ex-policial ser eleito com uma votação expressiva pelos eleitores fluminenses.
O mais triste dessa história é que nem chega a surpreender. Afinal, temos um Congresso cheio de deputados e senadores envolvidos em escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e tantos outros crimes eleitos e reeleitos inúmeras vezes.
Também não podemos esquecer o fato de o candidato líder nas pesquisas de opinião pública para a presidência da República ter sido condenado em três instancias por corrupção e, após uma maratona de chicanas e algumas filigranas jurídicas, ter conseguido anular as condenações, o que não anula a culpa.
Realmente, no Brasil o crime compensa e recompensa!!!