A revelação de que índios da tribo Yanomami tem padecido há alguns anos de desnutrição foi de estarrecer qualquer pessoa que ainda carrega um pouco de humanidade. As imagens daquelas crianças esquálidas, pesando muito menos do que seria o normal, me deixaram especialmente abalada.
Nenhum ser humano, seja criança jovem ou velho, merece passar por esse tipo de privação. Porém, quando temos crianças por perto, sofremos ainda mais ao pensar que um pequeno ser que deveria estar sendo cuidado e amparado, como os nossos, está morrendo de fome no meio de uma floresta que já fora capaz de lhe dar meios de subsistência.
Lembrei do pediatra dos meus filhos que me tranquilizava quando, num quadro de doença, eles deixavam de comer. “Criança que tem comida em casa não fica desnutrida, daqui a pouco eles voltam a comer e recuperam o peso. Mas lembre de dar líquido para não desidratarem”.
Os pequenos Yanomami não tinham mais comida em casa. Para agravar a situação, tinham água contaminada. E, para completar ainda mais a tragédia anunciada, careciam de assistência médica e remédios. Só podia dar no que deu. Muitas mortes e prejuízos físicos irrecuperáveis.
Há quem ainda diga: querem colocar esse horror também na conta de Bolsonaro?
E vamos colocar na conta de quem, cara pálida? Do acaso?
O governo anterior nunca fez questão de esconder seu desprezo pelos povos originários, uma dessas “minorias” que o Jair detestava e queria que se adequasse à maioria, ou desaparecesse.
O garimpo ilegal, responsável por destruir o habitat natural de onde os índios tempos atrás retiravam seu alimento, nunca foi coibido. Ao contrário, Bolsonaro pregava aos quatro cantos que a riqueza da Amazônia deveria ser explorada.
Duro mesmo é saber que tem gente passando pano para esse genocídio. A fim de livrar seu messias da culpa que lhe cabe, acreditam até na lorota de que as imagens são de índios venezuelanos. Em sendo assim, toda a imprensa brasileira, além de Lula e sua comitiva, que estiveram lá, teriam montado uma grande farsa que foi comprada pelo mundo inteiro. Só se o resto do mundo fosse trouxa que nem eles.
Na boa, não sei nem porque esse povo ainda perde tempo defendendo esse boçal. Um cara que só deixou rastro de morte e destruição por onde passou. Além de deixar seus devotos amargando penas e prisões enquanto ele curte a América após insuflar um golpe que não deu certo.
Já passou da hora dessa turma procurar, dentro dos quadros da direita, outro líder para chamar de seu. De preferência uma pessoa que não queira comer índio. E se puder ser alguém que preze de verdade a vida e não queira extinguir os povos originários do Brasil, será um grande avanço. Deus e todo o mundo vai agradecer.