Com PIB em queda, reformas e Paulo Guedes seguem em alta

A novela é repetida, mas não vale a pena ver de novo. O PIB brasileiro caminha de lado. Em 2019, os mais pessimistas acham que a economia pode andar para trás. Para estes, só Paulo Guedes salva.

Ministro da Economia - Foto Orlando Brito

O IBGE divulga na quinta-feira o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. É um dado visto pelo retrovisor, que tende a confirmar as perspectivas sombrias para o desempenho da economia brasileira neste ano. A linha mestra da repercussão do resultado do PIB é previsível: o Brasil precisa de reformas.

A exemplo dos últimos anos, em 2019 o Brasil está patinando na casa de 1,0% de crescimento. Após dois anos (2015 e 2016) de retração da ordem de 3,5% em cada um, o PIB cresceu 1,0% em 2017 e 1,1% em 2018.

Alguns analistas ainda temem pelo pior, com o crescimento negativo do produto neste ano. Já tem gente falando em recessão, mas o consenso só existe na avaliação do quadro de estagnação econômica.

Banco Central

A pesquisa Focus, que o Banco Central realiza semanalmente com instituições do mercado financeiro, apontou, nesta segunda-feira, a 13ª redução na projeção do PIB para este ano, que atingiu 1,23%.

Instituições multilaterais como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) já revisaram para baixo o crescimento da economia brasileira. A OCDE estima crescimento PIB de 1,9%; o FMI, de 2,1%. As duas instituições preveem um crescimento menor da economia mundial, mas menor ainda do Brasil.

A divulgação dos primeiros números oficiais sobre o desempenho do PIB brasileiro em 2019 vai ser seguida pela repercussão do resultado junto aos agentes econômicos. Em condições normais de pressão e temperatura, os números devem dominar o noticiário de quinta-feira.

Não se deve esperar diagnóstico muito diferente do mercado e, particularmente, do ministro da Economia, Paulo Guedes: enquanto não realizar as reformas necessárias, o Brasil vai ficar patinando nesse crescimento econômico medíocre.

Este pode ser um mecanismo de pressão sobre o Congresso para aprovação da reforma da Previdência, mais efetivo do que as manifestações de rua deste domingo. Não é que a reforma vá ter esse poder transformador logo que for aprovada. Mas pode ser o início do rompimento com esta mesmice em que estamos metidos.

Carlos Lopes é jornalista e diretor da Agência Tecla / Informação e Análise

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