Do ex-ministro Ciro Gomes pode-se dizer o que quiser. Menos que seja bobo.
Desde que ele passou a criticar, duramente, o PT e suas práticas, Ciro tornou-se um leproso para grande parte da esquerda.
Na segunda-feira, dia 10, ele fez uma palestra na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. E, obviamente, analisou o comportamento de Sergio Moro – “o ex-juiz que organizou uma verdadeira organização criminosa” – e o chefe da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, à luz da publicação dos diálogos publicados pelo site “The Intercept”.
Depois da divulgação de “apenas 1%” do material de 1.700 páginas, Ciro está convencido de que Moro “semeou nulidades”. O julgamento de Lula, não por ser o caso mais emblemático, terá sua sentença anulada, segundo ele.
Mas a Lava Jato já condenou, até hoje, 122 pessoas, entre eles Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha que poderiam se beneficiar das “sentenças nulas” do ainda ministro da Justiça.
O mais grave da palestra, contudo, foi quando Ciro levantou uma hipótese explosiva. “Eu tenho certeza – só não posso provar ainda – que quem fez isso foi o serviço de inteligência de algum país estrangeiro”, jogou ele para a plateia de universitários. Sorriu e ficou em silêncio, até que alguém sugeriu a CIA.
Ciro fez o gesto de negativo com o dedo, e do outro lado um estudante deu seu palpite: “Russia – KGB”. Ciro sorriu e disse: “É você que está dizendo…”. Edward Snowden, o ex-analista da CIA que revelou o sistema de espionagem em massa dos EUA – documentos que valeram a Glenn Greenwald, fundador do “The Intercept” o Premio Pulitzer, vive hoje em Moscou.
É possível que a Polícia Federal, a Abin, ou seja lá quem for, tenham a mesma desconfiança de Ciro. Mas quem vai encarar Putin?
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