Há séculos o povo chinês estuda, trabalha, se aperfeiçoa, mantém relações com todos os países, aprimoram a saúde e a educação. A China tem hoje as maiores fatias do comércio internacional. A tendência é crescer mais, com uma política externa de cooperação mundial. Foram para o espaço, abandonaram o comunismo. Suas metrópoles, o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico se equiparam ou superam potências ocidentais.
Primeiras vítimas da Covid-19, onde teria surgido a doença, os chineses puseram a funcionar recursos científicos, técnicos, pesquisaram e descobriram outras inovações anti-infecciosas, para o combate ao coronavírus.
Já transformado em violenta pandemia mundial, todos os países foram barbaramente atingidos. O Brasil demorou a se organizar e o presidente Bolsonaro apressou-se a
debochar, fazendo brincadeiras insensatas com a proximidade da morte. Começou com a “gripezinha”.
Uma das primeiras vacinas prontas no mundo foi a chinesa Coronavac, que Bolsonaro não quis comprar, alegando insegurança do produto. E passou também a criticar a China, país do qual a economia do Brasil é dependente. Gostou das piadas idiotas e prosseguiu, para desespero de ministros, empresários e cientistas brasileiros.
No segundo ataque já não teve coragem de citar o nome da China. Vocês já sabem, disse apenas. Os chineses descobriram que os ataques gratuitos nada tem a ver com o Brasil e seu povo, mas sim com um espécime insólito da natureza local, chamado Bolsonaro.
Os chineses gastam bilhões de dólares para comprar no Brasil soja, milho, frutas – menos jaca – carnes de porco e de galinha e outros itens, em grandes tonelagens. A renda ajuda, na crise, a manter desperta a economia brasileira. Mas a China pode comprar também grandes tonelagens em outros países, em que seus dirigentes não costumam ofendê-la.
O drama é que nem aqui, nem na China, alguém consegue entender o que pretende este novo vírus, e se vai dar em outras mutações. A China, recém saída da batalha contra o coronavírus, está pesquisando o que pode ser um novo vírus, o bolsonarus. Caracterizado pelas variantes que podem germinar, e já são chamadas pelos cientistas chineses de 01, 02 e 03.
Os dirigentes e cidadãos bem informados da China estão perplexos. Ouviram o discurso em que o presidente brasileiro novamente insultou a China, mas ainda se indagam o que ele pretende fazer ao mencionar que vai baixar um decreto a ser cumprido, “sem contestação.” Vou assinar sim, e terei o apoio do Congresso, dos governos estaduais, dos Tribunais de Justiça, de todos – frisou. Referia-se ao capítulo dos direitos e garantias fundamentais da Constituição, com a preservação das liberdades coletivas e individuais. Quem escutou ficou
assustado. Os espécimes do bolsonarus, ativos.
As características indicam que deve ser mesmo o novo vírus bolsonarus, disse aos colegas o professor de Física Aplicada da Universidade de Pequim, Chung Tang Lyu, (Phd), e recomendou a intensificação das pesquisas para a nova vacina. Dada a semelhança do tom entre discursos sobre vacinas, coronavírus e bolsonarus entre os dois países, a fala presidencial criou mais receio do que expectativa. Lá e cá.
— José Fonseca Filho é jornalista