Aumenta o número de candidatos a presidente da República e diminui a quantidade de cidadãos realmente interessados em votar. A perspectiva, como nos anos anteriores, é de que a abstenção seja mais uma vez em torno de 40%. Os candidatos são praticamente os mesmos de sempre. Eles não apresentam nenhuma melhora para que sejam candidatos novamente. É só a pretensão.
As bobagens e despreparo dos pretensiosos postulantes à presidência da República, contribui para o desinteresse dos eleitores e a manutenção do caos político e administrativo em todos os setores do país. Apenas dois candidatos tem perspectiva de vitória, conforme as pesquisas. Um quadro absurdo de candidaturas ocas, portanto.
Lula mais na frente e o Bolsonaro crente na sua reeleição, mas preparando um golpe de Estado preventivo no qual só ele acredita. Quem o conhece sabe que ele não tem princípios. Quer envolver as Forças Armadas e os grupos neofascistas a seu favor, além dos evangélicos, enquanto a Justiça eleitoral acredita, e com razão, nas recém-criadas forças desarmadas. Aparentemente uma brincadeira, mas, ao contrário, uma estratégia de segurança a ser cumprida.
Lula tenta pela terceira vez chegar ao governo, demonstrando fé na confiança dos brasileiros, em cujas memórias estão gravadas as peripécias financeiras e malandras do ex-presidente. No Brasil e fora dele. Agora com nova primeira dama.
Sem perspectivas em seu próprio partido, João Doria desistiu da candidatura, quando ainda exibia um certo otimismo injustificável. Perdeu a chance de se arriscar a dizer que seria o candidato mais votado entre os eleitores brasileiros que moram em Nova Iorque.
Passou uns dias por lá para contatos com empresários, como sempre diz, e fez dois minicomícios com mais de cem espectadores. Um no Brooklin e outro numa esquina do Central Park. Ele garante que houve mais de 300 eleitores brasileiros nos dois eventos. Ninguém realmente acreditou. Mas também ninguém contestou porque, na verdade, ninguém viu.
Ciro Gomes, candidato pela terceira vez, foi bombardeado pela covid e ficou de recesso uma semana. Mesmo assim gritou mais forte do que os demais candidatos e repete fórmulas com as quais diz que vai resolver os problemas econômicos e sociais. Se for como ele afirma, deverá ser fácil mesmo. Ele costuma ter o hábito de ser falastrão e intempestivo. Sabe de tudo.
A senadora Simone Tebet está tendo bom desempenho na oposição ao governo e na atividade política em geral, mas demonstra pouca perspectiva de votação, até agora. Dadas suas qualidades pessoais pode haver mudança positivas em sua campanha e na aceitação popular de seu nome. Pode haver crescimento em sua votação dadas suas qualidades políticas e morais.
Os candidatos aventureiros como Luciano Bivar e outros não apresentam nenhuma outra característica, salvo o exibicionismo e a promoção pessoal, muitas vezes com toques ridículos. Não se elegeriam sequer para vereadores de algum município.
Daí o crescente desinteresse do eleitorado brasileiro pela política e as eleições em geral. Pouquíssimos deles merecem um voto digno.
– José Fonseca Filho é jornalista