Campus Party Brasília reúne mais de 100 mil pessoas no Estádio Mané Garrincha

Fotos: Vinícius de Melo / Agência Brasília

JÉSSICA ANTUNES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

A terceira edição da Campus Party Brasília, maior imersão tecnológica do mundo, reuniu mais de 100 mil pessoas no espaço gratuito do evento que ocorreu durante cinco dias no Estádio Nacional Mané Garrincha. Feito em parceria com o Governo do Distrito Federal, a feira teve mais de 350 horas de atividades, com 300 palestrantes, 110 workshops e 9 mil campuseiros — 3 mil ficaram acampados. A próxima edição está confirmada: de 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2020.

“Os números superaram todas as expectativas e, com isso, os organizadores decidiram trazer para Brasília a primeira Campus Party de 2020”, comemora Gilvan Máximo, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal. “Com isso, Brasília passa a ser referência na área da tecnologia. Estou muito feliz pelo resultado.” Para a próxima edição, o titular da pasta promete fazer esforço, junto ao governador, para tornar a festa mais atrativa com busca de parceiros.

Estamos atrás do nosso objetivo de fazer de Brasília uma cidade inteligente com parque tecnológico. Não é fácil, mas vamos chegar lá.
Gilvan Máximo, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF

Um dos desejos é trazer o DJ Alok para palestrar e fazer o show de encerramento. “Estamos atrás do nosso objetivo de fazer de Brasília uma cidade inteligente com parque tecnológico. Não é fácil, mas vamos chegar lá. Nosso governador está empenhado nesse projeto. Foi contagiante o que aconteceu na feira. Fica o convite para quem vem no ano que vem.”

A dimensão do evento candango também surpreendeu Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party. “Superou todas as nossas expectativas iniciais. Construímos esse evento em parceria com mais de 125 comunidades parcerias, que nos ajudaram a pensar em temáticas e atrações que contemplassem os mais diversos gostos e interesses. Saímos imensamente satisfeitos e começamos, desde já, a pensar na edição de 2020”, conta.

Na área aberta e gratuita ao público, os visitantes puderam interagir com simuladores de realidade virtual e aumentada, jogar os mais recentes games na área FreePlay, participar de batalhas de drones e ter acesso ao universo maker. O público também teve acesso a novos projetos tecnológicos e científicos de robótica, presenciou mostras de projetos acadêmicos e conheceu startups com ideias inovadoras.

Sem dúvida alguma, essa foi a edição que contou com a maior presença e participação do público infanto-juvenil, o que representa um grande legado, já que esses serão os campuseiros do futuro.
Tonico Novaes, diretor geral da Campus Party

As crianças tiveram uma programação especialmente dedicada a elas no evento, tendo a possibilidade de participar de inúmeras atividades e workshops no inédito espaço Crianças Hackers, com propósito de estimular a sensação do que é ser um profissional do futuro. “Sem dúvida alguma, essa foi a edição que contou com a maior presença e participação do público infanto-juvenil, o que representa um grande legado, já que esses serão os campuseiros do futuro”, comenta Tonico Novaes.

Para o pequeno Enzo, de 9 anos, a melhor parte foi o universo de drones. O menino, que faz curso de robótica em Sobradinho, onde mora, não escondeu a satisfação em encontrar seus colegas no evento. O pai, Cássio Lessa, de 50 anos, revelou que é a terceira vez que participa com o filho da Campus Party Brasília e pretende retornar. “É ótimo, ainda mais em local central de fácil acesso”, disse o empresário.

Estudante de matemática no campus da Estrutural do Instituto Federal de Brasília, a moradora de Samambaia Danielly Dourado, 26 anos, participou pela primeira vez da Campus Party. “Essa integração de tecnologia, com pessoas vindo de outros lugares é bastante importante”, considera.

Morador do Lago Sul de 23 anos, João Zisman conheceu pessoas de várias partes do país na Campus Party Brasília. Graduado em gastronomia, mas com total interesse na área de tecnologia, aproveitou a ocasião para conhecer novas tecnologias e participar de atividades de games. Ele foi um dos três mil campuseiros que acamparam na estrutura, mas também descansou em colchão inflável no meio da arena e se escorou em cadeiras das bancadas de interação.

Destaques

O principal destaque da programação foi a presença de Bruce Dickinson, empresário e vocalista do Iron Maiden, que subiu ao palco para falar sobre os desafios das operações no mundo do rock e da aviação comercial, suas compatibilidades e como estes universos têm similaridades. Além dele, passaram pelos palcos nomes como Débora Garofalo, considerada uma das dez melhores Professoras do Mundo pelo Global Teacher Prize, Gordox, primeiro caster brasileiro e também narrador dos principais eSports da atualidade e Matheus Pinto, partner manager do Google.

O GDF esteve presente. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação ministrou palestra sobre a relação entre inteligência artificial e as relações humanas. Uma equipe da secretaria de Governança e Compliance da Casa Civil promoveu um workshop com o tema “Inovação e ética”. A Secretaria de Turismo levou os visitantes aos pontos turísticos da capital por meio de realidade virtual. A Secretaria de Comunicação, por meio da Unidade Digital, fez imersão para se conectar ao público jovem.

40
É o número de startup selecionadas
Foram selecionados 40 startups no Programa Startup & Makers, além de 20 projetos selecionados para participar do Programa Campus Future. Participaram 19 instituições de ensino e 68 empresas apoiadoras. Na Arena também ocorreram os Hackathons, maratonas de conhecimento com objetivo de desenvolver soluções tecnológicas para o bem da humanidade.

Nos cinco dias de evento, foram realizados cinco desafios: “Zé Gotinha”, parceria com o Ministério da Saúde focada no fortalecimento da vigilância e aumento da cobertura vacinal; “Aprender Bem”, em busca de soluções para a promoção de Metodologias Ativas para Educação; e “Tempo de Ação”, sobre Inclusão & Proteção da Mulher do DF, Turismo e Transparência.

“A realidade econômica, política e social da sociedade contemporânea tem se transformado em uma velocidade crescente, exigindo dos indivíduos – especialmente dos jovens – uma capacidade de adaptação e transformação de mesma intensidade. A educação no século XXI, nesse contexto imprevisível, enquanto meio de aceleração desse processo, precisa ser repensada. Não apenas em suas regras, estruturas, métodos, mas nos seus objetivos e metas pensadas a partir das necessidades imediatas e futuras”, explica Francesco Farruggia, presidente do Instituto Campus Party.

* Com informações da organização da Campus Party Brasília

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