Mais uma etapa difícil aguarda a população brasileira em seu principal compromisso com a democracia: votar. E votar bem, se houver candidatos na lista de pretendentes à Presidência da República que sejam realmente bons. Não tem sido assim nos últimos anos. Só no Rio 5 ladrões foram eleitos governadores, sendo Cabral ainda reeleito. Dois presidentes da República foram impixados, e o atual tem mais de cem pedidos para obter a mesma honraria.
O Brasil é, realmente, uma grande zona eleitoral. Um dos maiores pecados é a falta absoluta de renovação em seus quadros políticos. Um presidente eleito, como Lula, se reelege e depois elege um (a) apadrinhado (a) que, posteriormente, em retribuição às benesses distribuídas ao seu grupo, volta a se eleger. Com os governadores a mesma coisa: se elege, depois se reelege. Daí elege o sucessor, do mesmo grupo político, e fica o caminho aberto. Com senadores e deputados, igualmente sem problemas, é pior ainda. As supostas Excelências se reelegem indefinidamente. Quando cansarem vão ajudar a eleger o filho, depois o neto…
Agora o povo brasileiro tem de se esforçar mais para eleger um bom Presidente. Não é possível que não se encontre um brasileiro competente e decente para disputar o cargo. Os candidatos mais fortes são o atual presidente Mimimi Bolsonaro, expulso há anos do Exército, e o sindicalista Lula, que acaba de sair da prisão para onde teria sido enviado por engano. Cada um possui respeitável feed back condenatório, que os desabilitariam a disputar a presidência do Brasil.
O capitão Mimimi e Lulinha são conhecidos do eleitorado, nem precisariam fazer campanha. Mas a lei obriga, e assim ambos poderão revelar mais suas qualidades de oratória, intelectualidade, conhecimentos gerais, educação doméstica, filosofia e alguma surpresa. Por enquanto, ambos estão em difíceis condições. Mas vem de lá um candidato novato, fresquinho para a disputa. Ele poderá discursar sobre televisão, rádio, mulher boa, como em seus programas anteriores de TV, e mostrar ao povo para que serve um caldeirão. Se for para distribuir comida, vai ajudar nossos irmãos famintos. Luciano Huck, o mais novo candidato a presidente, se colocar a Tiazinha na campanha vai dar um espetáculo.
Outro candidato bem cotado pelos seus áulicos, com experiência de ter sido governador e ministro, tem irmãos na política e passou por quase todos os partidos, menos o PQP – Partido Que Presta. Conduta razoavelmente normal, decidido e experiente na busca da Presidência. Terceira vez na disputa. Adepto do grupo dos palavrões. Este é Ciro Gomes, outro candidato. Se não passou pobreza viu muita miséria no ressecado Ceará, que deve ter-lhe despertado algum sentimento social.
Outro dos eventuais candidatos tem vasta experiência de publicidade, propaganda e com o empresariado, que reunia em happenings em belas praias, para discutir se o Brasil tem jeito. Foram necessárias várias reuniões, sem resultados. Em poucos anos Joao Dória se elegeu prefeito de São Paulo, não completou o mandato e já estava eleito governador do Estado. Se assim continuar pode dar outro pulo até o Planalto. É o mais baixinho mas o único dos presidenciáveis que decidiu sair no tapa com Bolsonaro.
O cargo é bem remunerado, inclui palácio, alimentação, vestuário, segurança e eventual impixamento, a que todo presidente do Brasil tem direito.
Mau professor, pior aluno – O ministro Paulo Guedes esqueceu lições da Universidade de Chicago e entrou na onda dos ensinamentos do professor Bolsonaro. Com ele aprendeu a chamar de feias as esposas dos presidentes de seus países. Aí foi burrice e má educação. Agora seguiu de novo seu teacher, que dissera que a China havia criado o coronavírus e endossou a asneira. A China não criou o vírus, e sim a vacina que mata o vírus. Sem ela dezenas de milhares de brasileiros (as) já teriam morrido.
— José Fonseca Filho é jornalsita