Quando vimos a tragédia no Porto de Beirute, todos ficamos muito tristes. Parecia a volta de Hiroshima e Nagasaki, em pleno século XXI.
O Líbano é um País muito ligado ao Brasil pela densa imigração. Lembrei de vários amigos que viviam a meu lado e que eram descendentes de pessoas vindas de lá e que lá também deixaram uma família. Muitos voltaram e deixaram aqui pais, mães e avós, netos ou irmãos. Naquele dia da terrível explosão deveriam estar sofrendo muito. O mundo todo estava consternado com a catástrofe – ainda não sabemos o que aconteceu e como aconteceu.
Muitos países começaram a ajuda humanitária para a população libanesa – ainda não temos o laudo do que aconteceu e como aconteceu. Só sei que em um dia morreram em torno de 176 pessoas, com vários outros feridos.
Aqui, poucos dias depois, tomo conhecimento através da imprensa que chegamos a 100.000 mortos pela COVID-19. Não entendia a grandeza daquele número e, como pesquisador de números, não entendia a dimensão de, em 140 dias de CORONAVÍRUS morrerem tal número de pessoas. Que coisa triste pensava. E eu que tive vários amigos vitimas da doença comecei a pensar na nossa catástrofe e sentei-me a fazer alguns cálculos que me levaram a perplexidade. Em um dia tivemos tantas mortes, como se tivéssemos 3 explosões diárias no Porto. Desde o dia em que tudo começou – tomei a data de 23 de março como um marco – nestes 140 dias morreram aproximadamente 560 pessoas, pouco mais de 3 vezes o numero de mortos do Líbano.
Tristemente pude ver que este número não é levado a sério por muitos políticos e dirigentes de nosso País. Para quem não acredita, posso afirmar, essa doença é gravíssima, bem pior do que toda a mortandade que tivemos até hoje. Sou solidário com o Líbano mas, também com o nosso Brasil.