Os brasileiros desconfiam, seriamente, que o capitão expulso do Exército e que acabou virando presidente da República articula a formação de grupos radicais para golpear nosso regime democrático. Que o país passou 21 anos para restabelecer, depois de uma ditadura militar.
Seus esbirros estão organizando grupos que não primam pela decência, mas pelo ódio, o fascismo, o sentimento destruidor, a baderna. Bolsonaro imagina que vai conseguir concretizar um golpe com alguns reforços que estão sendo selecionados. Todos grupos radicais. Enquanto isso, algo incrível, ele manda o povo comprar fuzis, embora os brasileiros estejam precisando é de cestas básicas.
Acreditar que o presidente de uma República tenha a suprema estupidez de sugerir que seus concidadãos comprem armas de fogo, fuzis, enquanto muitos milhões morrem de fome, e outros milhões da covid, é algo execrável. Não é a primeira vez que sugestões desse tipo são por ele lançadas ao povo brasileiro. Vergonha nacional.
Um conflito com vários tipos de forças é o que os bolsonaristas desejam. Já combinaram pelotões com mais de 20 mil motoqueiros cada, atuando em diversas regiões. Com Bolsonaro de abre alas, em alguns casos. É o suposto grande presidente em ação. O cantor Sérgio Reis, uma cavalgadura de quase 2 metros de altura e 4 mm de cérebro, surgiu das trevas e garantiu colocar 5 mil caminhoneiros nas estradas e paralisar Brasília. Pelos arroubos apresentados seria um perigoso agitador, mas não passa de um ridículo falastrão.
Um dos pelotões de ataque aos democratas será comandado por três provocadores da família, o O1, o O2 e o 03. Todos com vivência militar mas viciados nas atividades legislativas, mais rentáveis. Recebem bons salários e acréscimos fornecidos pelos funcionários do gabinete. É a chamada rachadinha: uma grana de cada qual passada ao chefe para manter o emprego. Chefiam ainda o setor de comunicação midiática com as redes sociais, além da intromissão em todos os setores do governo. O Papai deixa.
Outro grupo de destruidores da democracia é formado por milicianos cariocas, bem armados, ativos e igualmente defensores do possível candidato. Formam um dos grupos mais agressivos, contando ainda com reforço de setores policiais. O presidente e seus seguidores estão organizando núcleos de ataque aos que eles chamam de comunistas. O problema é que a maioria vermelha mora na Coréia do Norte e alguns milhares sobrevivem em Cuba.
Todos esses esquemas de segurança e ataque aos adversários estão de acordo com o desejo do presidente. Ele não conseguiu destituir um ministro do STF nem implantar o voto de papel. Outro grupo dá indícios de proximidade com Bolsonaro para dar-lhe apoio. São as Polícias Militares estaduais. Nesse caso, os governadores vão entrar na refrega e a situação poderá ficar incontrolável.
A população brasileira está saturada das grosserias e estultices do presidente, e cogita não ter de suportar tal situação por mais tempo. Portanto, ela não ficará inerte diante dos problemas e abusos. As perspectivas eleitorais para sua reeleição são desfavoráveis. E se a disputa for entre Bolsonaro e Lula, o eleitorado estará numa encruzilhada. Nenhum dos dois presta. E o opcional não existe.
Frustrado o inimaginável golpe contra a democracia, o presidente é defenestrado e deixa o cargo. Demais candidatos voltam para casa. Assume o vice-presidente Hamilton Mourão. Basta de provocações e incompetências de um presidente insano. É tempo de cuidar do Brasil e de sua população, que agora soma 213.5 milhões. Sem esquecer de liquidar a Covid 19.
— José Fonseca Filho é jornalista