Bancos públicos reduzem oferta de crédito neste começo de 2019

Banco Central do Brasil - Foto Orlando Brito

Quando instituições financeiras concedem empréstimos ao setor privado na modalidade de investimentos ou destinado ao consumo, contribuem para aumentar a atividade da economia ao criar um ciclo virtuoso de geração de empregos, renda, lucros e mais impostos aos governos.

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Foto Isac Nóbrega/PR

Seria de imaginar que os bancos públicos, sob a administração do governo do Presidente Jair Bolsonaro, especialmente o Banco do Brasil, a CEF, o Banco do Nordeste Brasileiro (BNB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) estivessem no mercado liderando o processo de concessão de crédito. Não foi isso que aconteceu nos dois primeiros meses de 2019.

Estudo do Banco Central divulgado ontem constatou que enquanto os bancos privados aumentaram em 2,8% seus empréstimos no mercado, os bancos públicos reduziram em 0.6% até o último trimestre de fevereiro de 2019.

Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Apenas para ilustrar. A concessão de empréstimos foi feita no último ano com taxas médias de juros dos segmentos de pessoas físicas atingiram 53,3% e para as empresas de 19,8% contribuem para dar lucros enormes a qualquer banco, privado ou público. Isso porque o custo de captação do dinheiro pelos bancos junto ao poupador brasileiro é na média de 6,5% ao ano. A diferença, chamada de spread bancário, está embutido o lucro das instituições.

Caro leitor, é verdade ainda que o empreendedor e o consumidor travam uma disputa desigual com o Governo Federal pelos recursos disponíveis no mercado. Hoje, o Banco Central informou que a dívida líquida do setor público subiu para 3,7 trilhões. Toda a dívida é negociada pelo Tesouro Nacional junto aos bancos no Brasil, exterior e investidores na pessoa física, o que também contribui para reduzir a oferta de crédito ao setor privado.

Um País com um endividamento desta magnitude, sempre estará criando distorções na disputada pela poupança privada. A retomada do crescimento da economia, como ficou claro esta semana, com redução das projeções do Produto (PIB), não será feita apenas com expectativas de ajuste fiscal obtido com a aprovação da Reforma da Previdência. Os empresários precisam de recursos com juros civilizados para investir em fábricas, produção, serviços em busca de lucros: objetivo que acaba contribuindo para reduzir este contingente de 13 milhões de brasileiros desempregados.

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